As candidaturas a presidente do Legislativo estadual afunilaram para Luana Ribeiro e Toinho Andrade. Fato. O deputado de Porto Nacional tem como seu maior cabo eleitoral o vice-governador Wanderlei Barbosa. Um político hábil que tem assumido o protagonismo não só na sucessão do Legislativo, mas dentro do próprio governo. Outro fato.

Ainda que tenha, tanto em Wanderlei como em Toinho, aliados, a lógica política indica que, para Mauro Carlesse, a possibilidade de ter problemas com a dupla pudesse ser maior que com Luana, outra aliada. Pura leitura de causa e consequência. Mapa e território.

E por que? Ora, o protagonismo de Wanderlei seria certamente realçado com a eleição de seu candidato na presidência do Legislativo. Wanderlei, assim, se já se movimentaria no governo como se tivesse a representação concedida ao Governador teria, por consequência, o comando do Legislativo também sob suas mãos. Um ativo que, em tese, deveria pertencer ao Chefe do Executivo. E não ao vice, como se apresenta.

Ao agir sem pensar nas consequências políticas e no pragmatismo do jogo eleitoral e de poder, Wanderlei assume risco relevante de passar à população que comandaria, politicamente, o Estado e, portanto, a própria administração.

Pode estar se movimentando, evidentemente, com o aval de Mauro Carlesse que assumiria, desta forma,  na história, o papel do cego político. Do contrário seria entender que apostasse na desidratação do vice, mesmo entregando-lhe a procuração.

Não é necessário fazer-se análises profundas para concluir-se onde isto pode dar. Especialmente quando se tem no Governador a experiência de deputado estadual de primeiro mandato e eleito Chefe do Executivo estadual.na primeira disputa majoritária estadual. Ainda que tenha seus méritos empresariais.

No Estado, ainda é presente a trajetória do secretário Brito Miranda comendo o governo de Siqueira Campos por dentro, simplesmente fazendo uso de prerrogativas democráticas e das funções de secretário, forçando-o a eleger governador  o seu filho, Marcelo, um deputado inexpressivo que ele próprio, Siqueira, havia eleito presidente do Legislativo.

Mais recentemente, Eduardo Siqueira impulsionando tanto o governo do pai, como do também ex-presidente da Assembléia, Sandoval Cardoso. Governadores que dispensaram ocupação sob ações de aliados que, apesar da boa fé, apropriavam-se de seus ativos com o uso de funções políticas de Estado, à medida das concessões diárias de poder político a priori intransferível.

Este aí é o mapa da sucessão. Do ponto de vista territorial, Toinho Andrade (e Wanderlei) avançaram alavancados pelas questões paroquiais de Araguaína. Os deputados Elenil da Penha, Jorge Frederico e Valderez Castelo Branco fazem da disputa no Legislativo uma disputa de poder político na cidade, em função de suposto crescimento da liderança de Luana Ribeiro e da possibilidade da parlamentar disputar ativos políticos no segundo maior colégio eleitoral do Estado.

É uma movimentação que não se vê com os deputados de Porto Nacional Ricardo Ayres, Valdemar Junior, Junior Geo, Nilton Franco ou Cleiton Cardoso. Não enxergaram (ou por isso assim agiriam) que a eleição de Toinho Andrade no Legislativo (com o aval do vice Wanderlei, também da cidade) representa o domínio da campanha eleitoral de 2020, quando poderá lançar sua esposa Virginia Andrade ou o filho, Tony Andrade a prefeito.

Uma prévia de 2022 quando Wanderlei (se continuar no cargo) pode disputar o governo e decidir, junto como Toinho Andrade, os colégios eleitorais da própria turma hoje inerte, em função do território conquistado sem maiores esforços políticos. Só com a sombra de Carlesse. Contra ou favor dos projetos dos demais parlamentares.

Situação por por si só faria a balança pender a Luana que, como é notório, tem  no seu grupo também políticos experientes no trato do convencimento parlamentar. Ou seja, na disputa dos dois grupos, pode perder Mauro Carlesse ao apostar num processo em que ele próprio, em médio prazo, por simples lógica política (e memória histórica da política estadual) poder vir a próxima a nova vítima. Em troca da alteração da segurança que o quadro existente já o entrega como é nítido na movimentação prática de Luana à frente do Legislativo nas demandas do Executivo.

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