Já há pesquisas por aí não só sinalizando, mas garantindo eleição de Mauro Carlesse no primeiro turno. É provável mas como ainda são apenas intenções, indicadores estatísticos não conferem inexorabilidade e certezas. São apenas probabilidades estatísticas com margens de erro e acerto, não raro, contrariadas nas urnas de fato.

Na mega-sena a probabilidade de ganhar o prêmio com um jogo de seis dezenas e de um em 50 milhões. Mas a possibilidade varia de 0% (para quem não joga) a 100% (ao jogador). Por aí se tem uma régua estatística/aritmética/matemática. Das pesquisas de intenção.

Significa que Carlesse tem muito (e não tudo) para levar no primeiro turno. Seu principal adversário, Carlos Amastha, como demonstram as mesmas pesquisas, segue com viés de crescimento. No sábado (um dia antes das eleições) deve ser divulgada nova pesquisa Ibope quando se poderá aferir melhor o que pode vir a ser o desempenho de ambos.

Amastha poderia estar melhor ou pior avaliado? Depende do ponto de observação. O ex-prefeito tem enfrentado na campanha além dos adversários, sua própria retórica. Muitos (até hoje aliados) não processaram ainda sua verborragia contra o que dizia ser a velha política.

Hoje Amastha faz uso de uma espécie de silogismo dedutivo sobre o que explicitava: seria contra a velha política e não contra os políticos velhos ou velhos políticos. Algo que as premissas antecedentes o negam. Mas já é avanço para aceitar o equívoco de interpretação.

É, não só por isto, obrigado, por exemplo, a processar hipocrisias consentidas. No MDB, formuladores políticos de Marcelo Miranda dividiriam o apoio com a difusão nos emedebistas de que Amastha teria cobrado R$ 450 mil para aceitar o ex-governador subir em seu palanque. Assim como teria pedido pedágio também a outros candidatos na majoritária. Ou seja, Amastha estaria sendo devorado por dentro, pelo fogo amigo.

E por que a hipocrisia? Não é necessário ir longe. Na campanha de Amastha (dados de hoje do TRE) o ex-prefeito já teria arrecadado R$ 4,8 milhões de receitas, dos quais R$ 1,2 milhão doados por partidos e R$ 3,6 milhões de recursos próprios. Ou seja, Amastha estaria bancando 75% das despesas majoritárias que, evidentemente, pedindo voto também para dois senadores e deputados fedeerais, estes deles estariam sendo beneficiados. Não tendo recebido um níquel sequer de candidatos que sobem no seu palanque e dele se aproveitam para atrair votos. Zero de grana de candidatos.

Ah, LA, mas os candidatos ao Senado (Assembléia e Câmara) também gastam do seu. Pois bem: Ataídes de Oliveira (PSDB) – da majoritária de Amastha – gastou do próprio bolso apenas R$ 334 mil e Vicentinho Alves o valor de R$ 95 mil de recursos próprios. Ataídes, entretanto, dos R$ 2,3 milhões de receita, R$ 1,250 milhões foram doação de candidatos. Já Vicentinho, dos R$ 871 mil de receitas, teve R$ 700 mil de partidos e zero de candidatos.São os números desta quinta, disponíveis no Tribunal Regional Eleitoral e,claro,passíveis de alteração.

E o PMDB? Ora, a deputada Dulce Miranda (a esposa do ex-governador e hoje pelo mandato que possui maior liderança do partido) –  do partido que se diz achacado por palanque - teve receitas até aqui, para a reeleição de deputada federal, de R$ 2,3 milhões. Dos quais, R$ 2,2 milhões de doações do partido (95,54%). Teve R$ 100 mil doados por candidatos e aplicou, de recursos próprios, a mixaria de três salários mínimos (R$ 2,8 mil). De outro modo: o MDB quer o venha nós de Carlos Amastha e vosso reino nada!!

E o que isto tem a ver com Mauro Carlesse: ora, movimentações do MDB como esta,  ainda que com Amastha, trabalharam na campanha contra o ex-prefeito. E lógico, assim sendo, favoreceram a reeleição do governador. Mesmo que, publicamente, o negue. Uma demonstração de que o MDB continua tal e qual o racha na disputa pela presidência do Legislativo, vencida por Carlesse que poderia hoje ser o próprio candidato do MDB.

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