A pirotecnia de setores da polícia e do judiciário de Araguaína tem causado espécie. Parecem determinados a "causar" ao governador eleito e reeleito Mauro Carlesse. Pior: quem tenha percepção contrária à inconsistência de suas ações, estaria contra o Judiciário, contra a Polícia e a favor de desvios de recursos públicos. A surrada tese de que os fins justificariam os meios. No dos outros.

Convenhamos, determinar uma operação de busca de apreensão no Palácio do Governo para saber se duas servidoras (contratadas desde 2016) estariam batendo cartão de ponto e sabendo-se de antemão que não estivessem, como já investigavam, é de uma prepotência e um exagero midiático que só encontraria respaldo estivessem em jogo questões outras que não somente o interesse público.

Não bastasse a determinação governamental (publicada no Diário Oficial há menos de um mês) de investigar quantos são, onde trabalham e se trabalham, não seria certamente na secretaria política do governo que encontrariam os arquivos de contratos temporários de servidores. Mesmo ali lotados. E sim na Secretaria da Administração. Mas aí não seria no Palácio Araguaia a operação!!!

E que, como é notório, já teria afastado, a priori, possíveis suspeições, dada a boa fé pública da manifestação, pelo governo, há menos de mês,  de interesse de separar quem trabalha daquele que apenas recebe. Ou estariam a polícia e justiça condenando por suspeição a boa fé governamental?

Uma suspeição que não encontraria respaldo sequer nos fundamentos da investigação, centradas em contratos anteriores à gestão de Mauro Carlesse. Maior prejudicado, do ponto de vista político, pela pirotecnia. E aí tanto polícia como Justiça, justificando perseguir a justiça, estariam promovendo justamente o contrário: injustiça.

Mas eles, depois do escândalo da busca e apreensão desta manhã, informam que concederão coletiva à tarde. Cumprirão o rito programado desde o princípio. Mas não conseguirão afastar os exageros e os prejuízos que causaram aquele que não deu causa à operação que patrocinaram.

Tem muita coisa questionável no governo Mauro Carlesse. Mas essa aí não é uma delas. Quem está "causando" aí é a polícia e a justiça. O estrago político é irreparável e ninguém vai pagar por isto como esperam seus executores.

Isto porque todos eles sabem do exagero e da fragilidade de suas decisões no âmbito do direito e da Justiça. Dois contratos de governos anteriores não são elementos suficientes para uma intervenção direta no Palácio do governo eleito pela população do Estado. E com o estardalhaço antecipadamente amplificado.

 

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