Decorridos três dias da PNAD/IBGE prevalece no poder público estadual obsequioso silêncio. O avanço do desemprego num estado já pobre, requereria medidas governamentais. A pesquisa foi divulgada na quarta. Dados de abril.
O Estado hoje tem entre desalentados, desocupados e sub-ocupados, um exército de 159 mil pessoas. É o contingente dos sem ou com pouquíssima renda. E não só as cerca de 70 mil oficialmente consideradas desempregadas.
A Capital, ainda que se amplifique ser uma das melhores para se viver no país chega aos 30 anos com uma taxa de desocupação de 15%, maior que os 12,3 registrados no Estado. Superior, ainda, aos 12,7% da média nacional. Não é pouco.
O IBGE encontrou no Estado 88 mil pessoas trabalhando sem carteira assinada na iniciativa privada que emprega 146 mil pessoas no Estado (com CTPS). Outros 23 mil trabalham por conta própria. O restante, como é evidente, é, em larga medida, composto de servidor público.
O quadro sinótico grita por ações de governo (poder público) fora das repartições. O governo tem, a curto prazo, pelo menos duas opções: investir em obras e fomentar a economia. Na primeira, não há recursos.
E aí busca-se renúncias fiscais (menos recursos inviabilizando a primeira) para girar os indicadores econômicos que, não cobradas as contrapartidas, são apenas perda de receita de um lado e ganho do empresário do outro, sem valor agregado.
É nítida a falta de um projeto político que faça a liga entre os diversos componentes dessa equação econômica. Há um governo tomado pela minoria de pleno emprego e renda privilegiada, com função governamental desviada que sugere o poder público criado para financiar o próprio poder público em si e não benefícios ao contribuinte que o patrocina.
A razão, o bom senso e o senso comum indicariam que os números do IBGE de quarta (que apontam crescimento do desemprego- que já era relevante - de dezembro de 2018 a abril de 2019) impulsionariam o governo a apontar preocupação e refletir sobre medidas de contenção.
Afinal, é nesse contingente de desocupados que deveria fixar-se, a priori, o poder público. E não na maioria assalariada que tem sua renda garantida faça chuva ou faça sol, economia em baixa ou em alta e direito a plano de saúde.
Mas uma greve de desocupados não movimenta parlamentares e governo. Ainda que tenha o voto como instrumento de pressão e encontrem-se desorganizados porque, politicamente, delegaram aos seus representantes para fazer justamente isto.