No próximo dia 12 de outubro completa-se 21 anos que o deputado Ulysses Guimarães – uma das grandes referências de resistência ao regime militar e líder do movimento que levou à redemocratização do país - morreu em um acidente de helicóptero no mar de Angra dos Reis. Poder-se-ia, assim, ter em mente que o PMDB- seu partido -  tenha completado maioridade de uma orfandade ideológica até hoje sentida. A observar-se o que se dá, no Tocantins,  no partido que ele, Ulysses, ajudou a fundar  no Brasil, a legenda – como seu corpo até hoje não resgatado do mar- afunda numa abissal escuridão que lhes imprimem, sem dó, suas lideranças regionais.

Senão vejamos.  O PMDB decidiu ontem que é oposição. Dois fatos, antes,  são correlatos e, por certo, dão-lhe sustentação, pelo menos eventual: 1) nos próximos dias é dado como certo que será publicada aquela decisão do STF reabrindo prazos para advogados de Marcelo Miranda acerca daquela decisão que não teve o conhecimento dos advogados no Reced. Se publicada, pode-se questionar a abertura de  novos prazos. Mesmo que não modifique a decisão do Reced, Marcelo, entretanto, assim, não estaria inelegível para disputar o Senado. E aí assumiria, até julgamento, o mandato de Vicentinho Alves; 2) o partido começa a discutir a sucessão partidária, prevista para junho/julho, hora, portanto, de formar fileiras, ainda que a ordem unida seja breve como, com efeito, é possível observar a partir das últimas movimentações da legenda.  

Na forma como é colocada, entretanto, a  nova orientação partidária de oposição carrega toda característica de um movimento tentando sobreviver a uma débâcle interna. Antes fosse, é bem verdade, porque daí poder-se-ia imaginar o ressurgimento de uma nova força a partir do colapso a que a legenda viu-se encarcerada nos últimos dois anos a partir de ações isoladas de segmentos do partido. Mas não: o PMDB informou que é oposição e criou, entretanto, uma comissão (que comandará a sucessão na executiva e no diretório regional) anunciada com representantes de dois grupos: Josi Nunes e Iderval Silva seriam seus representantes.

Raciocínio lógico: se o PMDB agora é oposição, então, antes, não o era. Não se pode decidir que é oposição sendo na oposição. Para ser oposição, tem que, necessariamente, estar-se do outro lado, na situação. E se estava do outro lado (na situação) para poder decidir ser oposição, se era governo!!! Ou estou enganado?

De outro modo, se o PMDB diz que agora é oposição e nomeia uma comissão com representantes de dois grupos, lógico concluir-se que a decisão contempla dois PMDBs!!!! E não apenas um. Se a linha demarcatória dessa clivagem é oposição e situação, então, apesar do PMDB dizer que é oposição, parte do partido quer continuar na situação. Se quer continuar, ali ainda está. E é uma parte considerável de tal sorte que mereça 50% do poder de decisão e discussão sobre os rumos do partido onde, o deslocamento oposição – situação é, por certo, mais relevante porque precede o determinismo ideológico da legenda.

Diante disto tudo, os eleitores (especialmente os mais de 31 mil filiados ao partido no Estado-dados do TSE, aliás o PMDB é o que tem mais filiados, o segundo é o DEM-19.461 e o terceiro é o  PP-18.346) são obrigados a processar os paradoxos peemedebistas, como o atual presidente regional dizer, agora, que o partido nunca foi governo (apesar de tantas declarações anteriores, até mesmo de pedidos de cargos), o líder esbaforido, ainda há pouco defendendo a administração estadual,  nas tribunas dizendo que “paciência tem limites”. É, realmente, PACIÊNCIA deve ter lá seus limites. Que o digam os peemedebistas sem cargo de direção e sem mandato no partido mas que lhe dão substância, ainda fincados na essência materializada no corpo ainda insepulto do Doutor Ulysses.

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