O caciquismo do PMDB está de volta ainda que pulverizado em ações levadas como de cunho democrático. Não há outra avaliação diante dos fatos, onde as premissas expostas nos últimos dias  negam, literalmente, os princípios que deveriam carregar. Aliás, essa dicotomia é histórica no partido desde Ulysses Guimarães, anomia tratada, eufemisticamente, como produto de um partido “inquieto”, para distanciar-se do real significado e finalidade de suas divergências.  

Líderes do partido, depois de tentarem dar um golpe e retomar a presidência da Comissão Interventora das mãos da ministra Kátia Abreu na marra, parece retomar o método. É uma situação contraditória posto os peemedebistas adeptos da empreitada dizem fazê-la em defesa de princípios democráticos, que, lógico, sugeririam uma tática diferente, formulada em conversas de parte a parte e não simplesmente cumprimento de deliberações grupais, sob um comando específico e transmitidas como produto de exercício dialético.  Decidida unilateralmente, lógico, como em qualquer outra situação onde apenas uma parte decide pelo todo, expõe, sob a razão, uma cisão ou o interesse em provocá-la

Dá-se a impressão que a Ministra fora colocada como interventora no partido contra a vontade dos peemedebistas e hoje o negasse. Ou que os peemedebistas a tivesse aceitado na legenda para dela fazer uso circunstancialmente, diante da possibilidade concreta desse PMDB que venceu as eleições, ter inviabilizada a candidatura do atual governador, diante da iminente cooptação da legenda pelo siqueirismo. Eleição ganha, os fatos induzem ao raciocínio que os peemedebistas estariam fazendo, agora, o exercício de fuga.

Não é certamente a melhor estratégia, tampouco mais democrática. Diante até mesmo do fato de que na última reunião realizada na Capital, o constrangimento da situação provocou o bom senso, levantado por dois ex-governadores, de se retirar uma comissão para conversar com a presidente da Comissão Interventora, ali colocada pela Executiva Nacional com o aval do PMDB local. Afinal, se o partido é democrático, as decisões dele devem seguir o que a legenda defende e a ação implementada, nos moldes construída, ia justamente de encontro ao princípio basilar  que se tem em conta como orientação principial do partido.

Como outras decisões, essa Comissão não saiu do papel o que pode indicar que dela não se tinha intenção de fazer uso, como instrumento de fortalecimento do partido. Um mero estratagema até a convocação de uma convenção, como se divulga hoje, menos de dois meses depois, com o apoio do governador Marcelo Miranda, maior beneficiário das ações da interventora que se joga hoje contra a parede. Como a Ministra é seguramente a política tocantinense de maior projeção nacional do partido e do Estado, com participação decisiva na viabilização da candidatura e eleição do próprio governador do PMDB, é de se supor que não seja por sua competência e expressão política que esteja recebendo tal tratamento.

Ora, os partidos tem autonomia e as convenções partidárias são democráticas, os estatutos dos partidos são muito claros quanto a isto. O que o nega é a forma. Sobressai, assim, a partir dos fatos, em setores do PMDB o exercício de comportamentos que condenam,  sublinhando que no ano passado, encontrava-se imobilizado, sem qualquer perspectiva de uma candidatura, viabilizada, justamente, pela interventora que hoje parece ser depositária da ojeriza dos caciques peemedebistas regionais. A ponto de convocarem uma convenção, como se divulga, sem comunicar-lhe a decisão. O PMDB é realmente um partido inquieto. Difícil (também fácil) é observar as razões de sua inquietude.

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