Se fosse num truco, o deputado federal Junior Coimbra teria trucado com cartas na manga e virado a mesa. Afinal, 30 prefeitos nas mãos e apoio em 70 municípios, a prevalecer como verdadeiros os números que esgrime (relatados à jornalista Roberta Tum no final de semana), era zape e sete copas. Como primeira feita, é agostinho na garupa...
Junior Coimbra coloca os números e uma proposição: Marcelo quer ser governador ou presidente do partido? Touché!!!
É evidente que isto não se resume a uma mera disputa de cargos. Está em jogo é a condução ideológica do PMDB que se mostra como a própria condição que se exige para coordená-lo.
Mas, pragmaticamente, a indagação de Coimbra faz sentido maior que a subjetividade do não que Marcelo imprime à sua participação na atual discussão partidária.
Como o próprio PMDB é cria (e ainda nele se sustenta mesmo a duras penas) de um projeto democrático, seria um paradoxo enquadrar o que pensa seus integrantes numa filosofia hegemônica, a exemplo da organicidade petista como aparenta querer os tais autênticos, que nem são tão autênticos assim como indicam suas procedências. E que justificaria um candidato a governador querer centralizar todos os cargos de comando do partido. Ainda que fosse de difícil compatibilização (até por agendas) a direção partidária e uma candidatura.
O deputado Junior Coimbra não é um franciscano como nenhum outro o é. Mas sua indagação, creio, cala fundo nos mirandistas: Marcelo quer ser governador ou presidente do partido?.
Não é qualquer demonstração que fará o ex-governador sair dessa, nem mesmo uma explicação, a mais convincente, impingirá uma expiação às culpas sobre as quais se debatem as duas correntes.
O curioso disso tudo é que o parlamentar veio a público com proposição tão densa, ainda que simplória, após sua esposa (que é dirigente partidária) ter rodado a baiana na defesa do seu consorte. Um bom sinal dos nossos tempos.