Os deputados devem ter amanhecido com aquele gosto de guarda-chuva na boca. Não por comemorações mas pela inexistência de condições de celebrar a eleição do deputado Toinho Andrade na presidência do Legislativo.
As circunstâncias policiais e políticas já estariam a impulsionar na população que representam a avaliação de que, no Estado, inexistiria um poder Legislativo. Os deputados, exceções à parte, deveriam obrigações ao Governador do Estado e não aos eleitores.
De outro modo: os deputados não seriam subordinados aos eleitores que lhes delegaram o mandato (e o emprego). Não passariam, portanto, de cargo em comissão do Executivo, afastando assim a conexão que teriam com seus votos.
Afinal, é implausível que qualquer cidadão de bem aceite comandando um poder de Estado (fiscalizador do Executivo) um parlamentar investigado por desvios de recursos públicos e "nomeado" pelo próprio Executivo a ser fiscalizado. Henrique Hagreaves deu um exemplo eloquente disso na gestão de Itamar Franco.
Toinho Andrade foi guindado à condição de Chefe do Legislativo mas as circunstâncias que o envolvem o tornam um pato manco comandando, daqui por diante, 21 outros patos mancos que o escolheram presidente. E com os conhecidos custos de uma engenharia política dessa que não serão debitados da conta corrente dos contratantes.
Os patos mancos vão ficar aí por quatro anos consumindo, no quadriênio, R$ 1 bilhão de reais do contribuinte. Para simplesmente carimbar as decisões do Executivo: função de confiança do governador e não dos eleitores, deslegitimando, por certo, até mesmo projetos relevantes que o Palácio Araguaia possa propor.