Cerca de 500 auditores fiscais podem modificar o perfil da arrecadação de impostos no Estado. Contrariando acordos com o Sindifiscal, o governo publicou na quinta e sexta no Diário Oficial, medidas centralizando todos os auditores na Capital. Publicou as novas escalas e lotação dos auditores em Palmas.
Os auditores prometem não deixar barato. Primeiro, porque acreditam que a remoção dos auditores de suas delegacias para Palmas trará prejuízos à arrecadação. Até por questões racionais, a lógica indica que quanto mais esparramados pelo Estado, poderiam fiscalizar melhor os contribuintes. Ainda que o trabalho da tecnologia de informação tenha lá seus resultados, restringe-se, evidentemente, aqueles que nela estejam inseridos.
A Superintendência da Receita defende a medida. Mas existe aí outro obstáculo: o secretário da Fazenda, Sandro Henrique, teria prometido aos auditores do Sindifiscal há menos de duas semanas justamente o contrário: retroceder na decisão do Fisco.
Em conversa com este blog na manhã desta segunda, João Paulo Coelho, presidente do Sindifiscal, destacou o descontentamento dos auditores, salientando que a entidade estaria discutindo a situação para tomar medidas em defesa do Fisco e da categoria. "As medidas só dificultam o trabalho dos auditores", disse ao blog. Segundo ele, os auditores estão insatisfeitos e isto terá consequências.
O Fisco é um dos poucos setores da Administração que tem apresentado resultados positivos nos últimos anos. A arrecadação de ICMS tem batido, mês a mês, as metas estabelecidas, registrando números de crescimento acima dos índices inflacionários. Ou seja, crescimento real de receitas.
"Nós tínhamos feito um acordo na semana atrasada e aí o governo sem dizer nada publicou as medidas", aponta o dirigente.