Depois de artigo deste blog (não depois disso, por causa disso), a TV Anhanguera/Globo exibiu ontem a noite uma reportagem sobre a situação da ponte em Porto Nacional e deixou passar oportunidade de informar a população. Para, inclusive, poder precaver-se ou cobrar da classe política e de seus representantes seriedade, não só com a coisa pública, mas com suas próprias vidas.

A impressão que ficou é que o problema da travessia é perfumaria ainda que expusesse uma contradição dado o fato da ponte estar oficialmente interditada para veículos com peso acima de 30 toneladas não, certamente, por buracos na pista de rolamento que estivesse atrapalhando um cavaleiro e seu cavalo a dela fazer uso. Senão, porque haveria a necessidade de se construir outra ponte é a indagação lógica subsequente e consequente.

Claro é que uma recapagem asfáltica numa pista de mil metros seria, seguramente, mais barata que construir uma nova ponte licitada por R$ 101 milhões em 2014 e que o governo agora pretende investir R$ 130 milhões, conforme informado pelo próprio governo naquele empréstimo tentado na Caixa.

Financiamento sobrestado pela Justiça que negou ao Palácio Araguaia fazer uso de recursos do FPE para pagar as prestações, na negativa da União de conceder aval por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Mas não é o ponto. Contrariamente à informação dada por um técnico do governo à reportagem, não há fiscalização, na prática, sobre o peso dos caminhões. Constatei pessoalmente na última quinta-feira e domingo. E é notório para empregados dos postos de combustíveis próximos e moradores dos setores de entorno da ponte.

E mais não bastasse, o promotor Vinicius de Oliveira e Silva (titular da 5ª Promotoria de Justiça de Porto Nacional) disse ontem a este blog que o governo até hoje não cumpriu ordem do Tribunal de Justiça do Estado para fiscalizar e peso dos veículos.

O Tribunal manteve decisão do juiz Adhemar Chúfalo Filho que determinava, dentre outras coisas, multa diária de R$ 10 mil ao governador e ao secretário de Infraestrutura em caso de descumprimento. Uma decisão de 17 de dezembro de 2017 em ação impetrada pela 5ª promotoria de Porto Nacional.

Na decisão, referendada pelo TJ, mandava-se "reativar" as balanças de um lado e outro da ponte. Assim como "tomar providências concretas, com base nas novas análises técnicas que deverão ser apresentadas, avaliando a necessidade de maiores restrições ao tráfego de veículos sobre a ponte, visando evitar expor os usuários a eventuais riscos.

O governo não fez nem uma coisa nem outra. Pior: está deixando passar livres os caminhões carregados de soja. É possível deduzir que avalia, portanto, mais importante as cargas que os homens. E isto seguramente não ocorre por acaso.

Deixe seu comentário:

Ponto Cartesiano

O Legislativo com um problema de orçamento e financeiro. Publicou no Diário da Assembléia ontem o resultado de licitação de agên...

A intenção do governo é boa: publicou (novamente com correções) ontem a Medida Provisória 09, de 17 de abril de 2024. Pela l&o...

O vereador Josmundo (PL) – presidente da CPI da BRK – é um gaiato. Se não fosse pago pelo contribuinte para representá-lo no poder Legislativo, ser...