O governo Mauro Carlesse precisa dar certo. A população fez uma escolha indiscutível: o elegeu e reelegeu em seis meses (quatro votações). Um dado tão relevante quanto inusitado e histórico no Estado.

Se o governo tem um plano, entretanto, ele seguramente seria mais político que técnico-administrativo por suas próprias ações e escolhas. Ainda que parcela dos auxiliares insistam em que a população não raciocine sobre seus atos, a realidade projetada pelo governo que se abstrai das estimativas orçamentárias para 2019 é indiscutível.

Senão vejamos. No orçamento de 2019 (ainda não aprovado mas que o será na íntegra) o Palácio programa para a Governadoria (criada naquela tese de secretarias setoriais) um orçamento de cerca de R$ 800 milhões (R$ 731 milhões só na fonte 0100).

E o que tem isto: a Governadoria é composta, na nova estrutura divulgada (e não publicada no Diário Oficial) pelo gabinete do governador, Casa Civil, Casa Militar, Comunicação e Controladoria.

Somando os orçamentos destas pastas na Lei Orçamentária de 2018, elas tinham recursos previstos, todas juntas, de R$ 79 milhões no ano passado. Agora terão R$ 800 milhões. Uma elevação de 912% nas suas dotações de um ano para o outro (2018/2019). Só na governadoria.Ou seja, se funcionasse a lógica, a demanda nestes setores teria crescido esses quase mil por cento aí. Em doze meses.

Esses R$ 800 milhões são 53% de toda verba destinada ao atendimento de saúde pública para 1,550 milhão de pessoas no Estado este ano (R$ 1,5 bilhão). E mais que o dobro dos recursos destinados, no mesmo orçamento, para a Segurança Pública.

Como é notório, Comunicação, Casa Civil, Casa Militar e Controladoria desempenham atividades-meio. São pastas que, também pela lógica, não necessitariam de orçamentos relevantes por meramente burocráticas e políticas.

Agora imagina se o governo mantivesse os R$ 79 milhões das pastas e somasse os outros R$ 720 milhões do resto ao R$ 1,5 bilhão do orçamento para a saúde em 2019? E que tal se dividisse os R$ 720 milhões, mandando R$ 360 milhões a mais para a saúde e outros R$ 360 milhões adicionados aos R$ 360 milhões do orçamento da Segurança Pública!!! Ou aos cerca de R$ 70 milhões destinados à Infraestrutura para cuidar das rodovias!!!

Como a Governadoria não tem demanda para R$ 800 milhões, o governo provoca o raciocínio de que ali funcionará este ano um grande caixa, utilizado diretamente. Faltou grana para ponte? Vai na governadoria!!! Não tem grana na Saúde? Governadoria. Lama asfáltica? Vai lá, governadoria. Um posto Ipiranga do governo Mauro Carlesse.

Uma centralização que já demonstrou-se improdutiva pela possibilidade de falta de controle da população e registro de controle único de autorização, contratação e pagamento sem o escrutínio necessário exigido pela legislação.

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Ponto Cartesiano

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