Os adversários do grupo político do governador Mauro Carlesse ainda não pontificaram suas estratégias para os próximos quatro anos. Agem, com efeito, mais por falta de opções que cautela. Ainda estão, certamente, desorientados. O Governador os tritura desde a presidência do Legislativo que ocupou logo no início de seu primeiro cargo eletivo.

Seria, em tese, resultado da competência de Carlesse para aglutinar (ainda que se questione réguas de convencimento), da incompetência (até inapetência) dos políticos de maior trajetória política no Estado para entrar nos corações do eleitor e elaborar uma aliança pragmática político-partidária eficiente, do ponto de vista eleitoral.

Enquanto os grupos do ex-prefeito Carlos Amastha e da senadora Kátia Abreu não indicam alteração de métodos e formas, elementos que os levaram à aridez de votos, mais a esta que àquele, o Palácio introduz, sem querer querendo, um dado novo: o técnico de futebol Wanderlei Luxemburgo.

E aí se tem: Mauro Carlesse (se não ficar inelegível), Wanderlei Barbosa (idem), Wanderlei Luxemburgo, Eduardo Gomes e César Hallun, 16 deputados estaduais, cinco dos oito federais eleitos e um senador. Com a possibilidade concreta de atrair, também, a prefeita Cínthia Ribeiro, que desponta em carreira solo e com boa administração, tanto política como da cidade.

Além disso, o grupo de Carlesse teria, na prática, dois sistemas de rádio e televisão: RedSat/TVE/Rádio 96,1 FM (nas mãos de Eduardo Siqueira/governo) e a Rede Record/Rádio Jovem Palmas (Wanderlei Luxemburgo). Com o suporte de ex-governadores como Carlos Gaguim e Siqueira Campos. Uma máquina de fabricar votos, como se viu na eleição passada.

A oposição, assim, só tem duas saídas: 1) pisar o pé na canoa de Mauro Carlesse ou 2) aguardar que o Governador esfacele sua base de apoio (e ativo eleitoral) por ineficiência na administração. Seja pela opção política de não fazer o ajuste fiscal ou por denúncias de desvios nos recursos públicos.

De outro modo: para a oposição, o pior seria o melhor. Isto porque não demonstrou até aqui qualquer indício (se é que mudariam de método de fazer-político) que tivessem projetos diferentes daquele que a população rejeitou na Suplementar e nas Eleições gerais. É muito cedo ainda. Mas as peças já são conhecidas, assim como as formas e modos de desempenho e pensamento político, quando os tem.

Da mesma forma que foi inoportuna a divulgação, por parte do governo, do encontro de Wanderlei Luxemburgo com o vice Wanderlei Barbosa na sede do governo. Tanto na divulgação oficial de um negócio firmado entre particulares como na exposição política do negócio evidentemente perceptível na forma e meios como o foi publicitado.

Nada mais revelador do malogro da ação política precipitada do governo, ademais, que a declaração, ato contínuo, do próprio Luxemburgo, informando que o negócio ainda não havia sido concretizado, quando, de fato, pela informação oficial, já o tivesse sido. Ou seja: o ativo da aliança sendo esvaziado pela antecipação inadequada, impulsionada por amadorismos afetados. A tietagem subordinando projetos políticos e de poder. Uma equação de resultados perfeitamente previsíveis.

Luxemburgo tem relações pessoais muito fortes com Wanderlei Barbosa. Já tentou se candidatar ao Senado e foi barrado numa dessas decisões exageradas do Tribunal Regional Eleitoral na avaliação de seu domicílio. Tem negócios no Estado.  Adquirindo uma empresa de comunicação, não teria melhor empreendimento para alavancar seu projeto político já que negócios e dinheiro, deduz, não lhe faltariam e capital financeiro não tem domicílio. Agora de forma mais competente: com o decisivo apoio de um grupo político forte que pode, inclusive, prevenir novos questionamentos de domicílio eleitoral.

O problema de Luxemburgo no grupo é um só: em 2022 apenas uma vaga estará em disputa para o Senado. E ela já teria, a priori, dois concorrentes:o próprio Carlesse (não sendo inelegível) e o deputado federal César Hallun, que já teria uma Secretaria de Estado confirmada no próximo governo de Carlesse daqui a duas semanas.

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