Inconsequente e golpista. A propriedade com que resumiu o ministro Celso de Melo, decano do STF, as declarações do deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro de que bastaria um soldado e um cabo para fechar o Supremo Tribunal Federal, deveria mexer com o país.

Escreveu Celso Melo à Folha nesta segunda: "Essa declaração, além de inconsequente e golpista, mostra bem o tipo (irresponsável) de parlamentar cuja atuação no Congresso Nacional, mantida essa inaceitável visão autoritária, só comprometerá a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição da República!!!! Votações expressivas do eleitorado não legitimam investidas contra a ordem político-jurídica fundada no texto da Constituição! Sem que se respeitem a Constituição e as leis da República, a liberdade e os direitos básicos do cidadão restarão atingidos em sua essência pela opressão do arbítrio daqueles que insistem em transgredir os signos que consagram, em nosso sistema político, os princípios inerentes ao Estado democrático de Direito".

O Ministro do STF (juntamente com outro ministro, Marco Aurélio, que também repudiou as declarações) faz o que omitem os parlamentares com assento no Congresso Nacional, nas Assembléias e Câmaras de Vereadores pelo Brasil: repúdio a variações ditatoriais explicitamente defendidas por Bolsonaro e seus asseclas, à bica de eleger-se presidente da República.

Isto com apoio de militares ressentidos com o retorno da democracia e de uma horda de milhões de militantes (que agora se sabe capturados por impulsos pagos ilegalmente por grandes empresários nos grupos de zap) que enxergam na ditadura expediente de combate à roubalheira dos políticos, plasmada na oposição a Lula e ao PT.

O Brasil caminhando para trás. Ainda que as instituições estejam funcionando democraticamente, certamente não seria resistência as investidas bolsonarianas. Como disse o ditadorzinho de meia tijela: não precisaria nem de um jipe para fechar o Supremo.

 

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