A base governista na Assembléia  luta como pode, mas não consegue apagar os registros das operações heterodoxas (e ilegais) do Igeprev nos fundos podres.  E como não há formas possíveis de afastar o objeto do seu sujeito e vice-versa, a pantomima  dos deputados palacianos  na CPI do Igeprev contribui mesmo é para aumentar o fosso do descrédito já existente entre representação, representantes e representados. Ainda que, também no caso específico, as exceções estejam a demonstrar a regra.

E naquelas, convenhamos, a participação do deputado Sargento Aragão tem sido fundamental para que as perdas estimadas de R$ 1,15 bilhão  no fundo dos aposentados tenham suas responsabilidades investigadas. Aragão tem feito da CPI instrumento para apurar a questão, de forma legal, no âmbito do Legislativo, como dispõe a Constituição da República.

Lê-se no Portal T1 Notícias, da jornalista Roberta Tum, que o deputado esteve na Polícia Federal (DF) e deve apresentar na CPI do Igeprev na próxima terça os documentos que obteve do processo, que já é público. Antecipa que são verdadeiras as páginas da agenda do doleiro, vazadas pela imprensa, onde constam os nomes do deputado eleito Eduardo Siqueira e do deputado federal Eduardo Gomes. A agenda estaria no processo que investiga a Operação Miquéias. O processo foi desmembrado. Uma parte no STF (por causa da prerrogativa de foro) e outra no TRF.

Em uma das páginas da agenda aparece o nome do deputado eleito Eduardo Siqueira, por exemplo, ao lado de cifras e anotações. Como você vê aí em cima: “Eduardo Siqueira - Deve 620.000 + 232.551= 852.557 + 100 = 952.567”. E ainda: “Eduardo Siqueira-952.557 + 232.557 = 1.185.114 + 230 = 1.415.114 + 50 = 1.465.114 – 900 = 565.114 + 240= 705.114”.

Evidente que as anotações da agenda do doleiro Fayed Traboulsi, sozinhas, não querem dizer coisíssima nenhuma. Há uma investigação em curso e Eduardo Siqueira não é acusado de nada até aqui. Ainda que fosse o presidente do Conselho de Administração do Igeprev durante várias das aplicações (e as endossasse como consta em atas) e que era o governador de fato do Estado, como de conhecimento público, dada a sua condição de secretário de Relações Institucionais e herdeiro político do Governador que renunciou para a sua candidatura. Nada na administração era feito sem o seu consentimento.

 A confirmação, entretanto, de que são verdadeiras as páginas da agenda vazadas pela imprensa, empurra o deputado eleito, politicamente e agora sem a dúvida quanto a isso,  para dentro do olho do furacão. Mesmo que as informações estejam apenas sendo investigadas, até agora são apenas anotações de uma agenda que, a priori, não representariam, sozinhas, comprovação de nada.  O problema é o contexto, levando-se em conta que somente esse doleiro, cuja agenda foi apreendida por policiais  numa busca e apreensão em sua residência em Brasília (DF) administrava aplicações de R$ 364,2 milhões do Igeprev. Dinheiro que não tem mais volta. Veja as aplicações do Igeprev nos fundos administrados pelo doleiro preso.

1 -Fundo de Investimento Diferencial Renda Fixa Longo Prazo- R$ 136 milhões. (administrado pela BNY Mellon).  
2-Fundo Adinvest Top Fundo de Investimento Renda Fixa- R$ 22,3 milhões.  (administrado pela BNY Mellone tem parte em sua composição papéis da Brasil Food, conhecida como Porcão). 
3- Fundo Patriarca Private Equity Fip-R$ 59,3 milhões(administrado pela BRL Trust DTVM)
 4-Fundo de Investimento Renda Fixa Elo-R$ 66,6 milhões( administrado pela BRL Trust DTVM)  
5- Fundo Vitória Régia Fundo de Investimento de Renda Fixa Longo Prazo-R$ 30 milhões(administrado pela BNY Mellon)
6- Fundo Golden Tulip Belo Horizonte FI-R$ 50 milhões ( administrado pela BNY Mellon). 
Total investidos pelo Igeprev nos fundos identificados pela PF como indicados pela quadrilha do doleiro dono da agenda: R$ 364,2 milhões. 
     

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