A cretinice da jornalista Míriam Leitão quando o assunto diz respeito á senadora Kátia Abreu, seria objeto de estudos patológicos não envolvessem cifras e um mercado muito bem explorado pela colunista de O Globo, em tese articulista de temas financeiros. Miriam Leitão -considerada uma grande profissional quando se trata dos temas do seu setor - , parece se perder costumeiramente quando se vê diante de obstáculos que possam incomodar seu modo de vida. E aí ela vai fundo, esquece os fatos e deixa suas circunstâncias individuais contaminarem a razão objetiva e material. Engaveta a jornalista para vestir a roupa de militante.
É o caso de um artigo da jornalista (publicado na noite de ontem e aqui repicado com ardor pelas franjas do siqueirismo) em que a colunista de O Globo informa (isto mesmo, informa) não ter a presidente Dilma Roussef anunciado ontem o nome dos ministros da Fazenda, Planejamento, Desenvolvimento e Agricultura porque o PT teria oferecido resistência à senadora Kátia Abreu.
Deixo para os leitores juizo de valor sobre como escora o texto a jornalista, escrevendo que a Presidente "escolheu sua nova amiga de infância" para o Ministério. Como se nota, Miriam de cara mostra o porquê de sua "informação", sem sombra de dúvida, ancorada em questões pessoais, revelando uma espécie de ciúme do que possa significar a relativização da importância da jornalista no contexto em que se coloca como conselheira, diante de escolha de quem, para Miriam, deveria mostrar-lhe reverência. Não há outra conclusão que não interesse contrariado para a reação escudada em níveis tão pre-históricos, ridicularizando escolhas eletivas e afetivas, a priori, para contrapor-se a decisões pragmáticas e, portanto, possíveis de serem contraditadas tanto do ponto de vista ideológico como até mesmo econômico, não é verdade?
Miriam preferiu o primeiro caminho o que supõe-se não tenha argumentos para a segunda opção. Ou seja, se não agradar a Miriam Leitão e a sua militância, ninguém presta!! Veja que estamos nos referindo a uma jornalista da maior rede de televisão do país.
No caso específico,não diz a jornalista a fonte onde garimpou sua colocação, um dado sequer para embasar sua "informação", ainda que os Ministérios objeto de preocupações sejam a Fazenda e Planejamento, por óbvio, dados os problemas da economia (e o confronto ideológico sobre princípios econômicos verificado na campanha). Estes, entretanto, por Miriam, infere-se, não teriam sido contestados. Por eles, a presidente navegaria em céu de brigadeiro.De outro modo, Kátia Abreu seria a responsável, por exemplo, pelos abalos no mercado financeiro, inseguros quanto à equipe econômica.
Miriam não se preocupou, como se nota, em ofender a lógica para oferecer gás à militância ongueira. Sequer mencionou que o PT fez parte da coligação que elegeu um governador e ela própria senadora do PMDB. Mais: que o seu suplente no Senado é justamente do Partido dos Trabalhadores. Não explicou como o PT resistiria a uma Senadora com a qual fez aliança nas eleições, tendo na campanha dela participado um ministro a pedido da presidente. E que com a posse de Kátia Abreu em um ministério, o PMDB perde um senador e o PT ganha um!!!! Ou seja, o PMDB, que tinha 19 senadores passa a ter 18 e o PT sobe de 13 para 14 senadores.
Na lógica da jornalista, o PT não quer um senador em troca de uma representante do agronegócio que, segundo ela, comandado por Kátia Abreu, é ultrapassado!!!! Não esclareceu aos seus leitores Miriam Leitão que o Ministério da Agricultura, desde o governo Lula, está nas mãos do PMDB. De outro modo, é como se o PMDB reivindicasse para si (ou fosse contra) a nomeação, por exemplo, de Aluizio Mercadante, a Casa Civil, se é que me entendem.
Uma inverdade gritante. Tanto a informação
como argumentação que a sustenta. Como é notório, o agronegócio é que banca a
balança comercial brasileira. Trocando em miúdos: coloca a comida barata na
mesa. E isto não cai do céu, é produto do incremento de produtividade,
modernização no setor. O agronegócio que Miriam revela atrasado - é que
emprega 30% da mão de obra economicamente ativa do país. Enquanto o PIB do
Brasil cresceu 2,3% em 2013, o PIB agropecuário cresceu no mesmo período 7%. O
PIB do agronegócio, com seus R$ 234,6 bilhões de 2013 (4,85% do PIB do país)
foi o melhor desempenho desde 1.995!!!!
É o puro uso da militância ongueira o texto da
jornalista, mais para retórica ambientalista que análise política (ela é de
economia). Caso contrário, poderia Miriam expor os números do agronegócio
retrógrado. Hoje, por exemplo, 61% do território brasileiro é preservado,
são 517 milhões de hectares que se
encontram da mesma forma que Cabral o descobriu. São dados oficiais do Incra,
IBGE, Ibama e Funai disponíveis a qualquer um na internet. No Brasil, 12,9% são
terras indígenas, 17,6% são terras devolutas, 14,5% unidades de conservação,
11,1% são coberturas de mata nativa obrigatória nas propriedades rurais e 16%
de uso do Exército e Marinha.
Se levarmos em consideração os biomas, estão preservados 82% da Amazônia, 83% do Pantanal, 53% da Caatinga, 51% do Cerrado, 36% dos Pampas e 22% da Mata Atlântica. Mesmo assim, o setor que é comandado por Kátia Abreu (que a jornalista diz representar um ruralismo atrasado) emprega 16 milhões de pessoas no país, responsável por perto de 39% das exportações (US$ 100 bilhões). Um avanço que até mesmo o governo federal, sob o comando do PT há doze anos demonstra respeitar com a própria exposição de um convite para o Ministério e a aproximação da presidente e do PT à senadora, dado o trabalho que tem feito no comando do agronegócio, sem dúvida, responsável pelo superavit da balança comercial e, por consequência, por parte do êxito do governo no setor, o que talvez fundamentasse um possível convite já que a aliança política entre PT e PMDB é fato incontestável
Miriam,
assim, estaria sendo porta voz de quem e do que?
Na verdade, Miriam discorda é do que a
contraria. Evidente que quanto mais o agronegócio demonstra pujança (sem
aumentar a área plantada) diminui a força argumentativa das Ongs e o lucrativo
negócio da exploração da franja ambiental com os anúncios catastróficos. Sem
essa chantagem vigarista, esse mercado desaparece. Como é notório, a senadora
Kátia Abreu estabeleceu este confronto direto, ofereceu resistência a
unanimidade ecológica que até então era fundada (como ainda o é) em dados
mentirosos e que sustentavam uma chantagem e uma mentira. E a turma não aceita
ser contrariada ainda que vivamos num país democrático. E que os números, que
até então não eram confrontados pelos produtores rurais, sejam irrefutáveis.
A mesma mentira que aplicou Miriam Leitão num artigo
sobre o Código Florestal (aprovado por força de trabalho da Senadora). A arma era o Código mas o alvo era a Senadora. Sem
também importar-se que seus leitores também teriam acesso ao texto do Código, a
jornalista escreveu que ele estimularia a ocupação de áreas urbanas
irregulares. Artigo completamente fora de eixo para não dizer vigarista. A Folha de São Paulo entrou na de Miriam, mas depois reconheceu o erro e fez matéria informando aos seus leitores o equivoco: o Código não se aplicaria a áreas urbanas. Um texto para armar a militância que é quem estimula as Ongs e
estas a contratar consultores e palestrantes. Uma mentira escandalosa a que
Miriam, até hoje, não veio a público se desculpar. Como se nota, um mercado.