O MDB propaga o desencadeamento de processo eleitoral interno que poderia significar sucessão mas é provável que seja mesmo a oficialização de uma entrega.

Derval de Paiva, Freire Junior e o novato Jair Farias (que teria sido beneficiado pelo MDB de Dulce Miranda com verbas destinadas as mulheres) disputariam a presidência. Derval comanda (pelo menos oficialmente) o MDB por décadas.

Ele assumiu, para fazer uso de sua linguagem metafórica, o papel do comandante do Titanic que afundou com Marcelo Miranda fulminado pelas próprias escolhas emedebistas ou que o MDB deixou prosperar no governo.

Com Jair Farias na parada, tem-se a possibilidade de ser substituído por um mirandista. Ou o deputado apenas fizesse número com a finalidade de dividir e criar condições, assim, para manter-se o próprio Derval.

Derval vem sempre sendo reconduzido como projeto revolucionário ainda que no mesmo período tenha defendido as propostas reacionárias do siqueirismo com o próprio Freire Junior sendo vítima e constituindo-se, hoje, prova reversa inconteste.

Pragmaticamente, o MDB foi acoplado pelo siqueirismo. Por pura lógica político-eleitoral, sua maior liderança hoje é o senador Eduardo Gomes, forjado pelo siqueirismo e mais próximo de Siqueira Campos que de Brito Miranda.

Derval presidiu o partido nas últimas décadas sem mandato, mas o MDB tinha um Governador e um orientador como Brito Miranda. Era sua sustentação em oposição a Siqueira. Políticos não se agrupam há muito por ideologias ou retóricas.

Não haveria maior exemplo da apropriação do MDB pelo siqueirismo que a elevação do deputado Eduardo Siqueira como líder do bloco Democratas/MDB na Assembléia Legislativa.

Uma aliança formada por seis deputados. Cinco deles do MDB e um do Democratas, o próprio Eduardo conduzido ao comando do grupo. Ou os cinco deputados não se acham competentes para o cargo, não fazem contas, não entendem o significado de poder político e dos símbolos ou entregaram o partido.

Pode-se argumentar que a eleição teria sido estratégia para conseguir maior articulação junto ao governo. Ainda que Eduardo dê um banho de articulação política na grande maioria parlamentar, aí é que a situação ficaria pior: levaria a posição do partido ao fisiologismo que diz contrapor-se historicamente.

Mais em conta, claro, que pensar-se estarem os parlamentares em busca apenas de seus interesses próprios e pessoais. De outro  modo: na grana que imaginassem obter de Mauro Carlesse por intermédio de Eduardo Siqueira que pode, também por pura lógica, querer parte do pedágio.

 

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