Não deve faltar quem já esteja orientando Mauro Carlesse a optar por uma das duas forças políticas extremas que disputam a presidência da República daqui a 15 dias.

O governador reeleito tem reconhecidamente um perfil conservador. É fato. O seu eleitorado nem tanto. Até pouco antes das eleições, as pesquisas indicavam que a grande maioria dos eleitores não tinha orientação política definida: não era de esquerda nem de direita.

O Estado, entretanto, sempre elegeu políticos conservadores. Desde antes da criação: Coronel Pereira, José Dourado, José de Sena Moura, Siqueira Campos, Jarmund Nasser, Otávio Lage, Alziro Gomes, Darci Marinho, dentre outros, para ficar nas décadas 60/70.

E até Marcelo Miranda – já neste século - que, apesar da tradição emedebista de Brito Miranda, foi eleito governador pela primeira vez pelo PFL, empurrado por Siqueira que já havia feito dele, um deputado de pouca expressão, presidente do Legislativo. No fundo, para devorar por dentro seu principal oponente, o PMDB.

Brito capitulou: depois de ser derrotado como vice-governador na chapa de José Freire, pelo PMDB, na primeira eleição do Estado (88), abraçou, estrategicamente, uma década depois, seu antípoda (Siqueira), tornando-se dele secretário, se transformando, certo modo, força política maior do que a do próprio chefe.

Mauro Carlesse não tem, aparentemente, um perfil ideológico que pudesse encaixá-lo radical e diretamente no dualismo filosófico direita ou esquerda. Recebeu as bençãos de Siqueira, entretanto, menos por acaso que afinidade ideológico-política. No que leva vantagem numa escolha que pode ser até mesmo escolher não escolher.

E tem justificativa plausível para isto: recebeu a maioria esmagadora dos votos válidos engolindo a esquerda  e a direita plasmada no seu principal adversário (Carlos Amastha) e no candidato bolsonariano (César Simoni).

Daí que a relação, pela lógica, deveria ser inversa: os dois polos (esquerda e direita) que disputam a presidência é que deveriam buscá-lo e não o contrário. Ainda que, pela razão, como representante de todas as correntes, Mauro Carlesse tivesse como decisão mais condizente com sua representação não tomar partido entre duas forças tão extremas e circunstancialmente dividindo o país quando deveriam, pela crise por que passa, agrupá-lo.

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Ponto Cartesiano

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