Os delegados seguem sua narrativa ideológica e ficcional. Circulam que as mudanças efetuadas pelo governo já estariam trazendo os primeiros efeitos práticos: alteração de uma oitiva!!!

Emprestam ao fato, subliminarmente, prejuízos ao combate à corrupção. Contrário senso: o governo teria obtido o primeiro resultado na sua luta insana (e pública que se diga) para deixar correr frouxo a roubalheira!!!

Oitivas são adiadas todos os dias nas delegacias e nos juizados. O expediente é previsto na legislação e, não raro, é uma prerrogativa tanto do investigado quanto do investigador reivindicar, em função de casos fortuitos que impeçam o regular exercício desse direito. E que possam prejudicar o processo. Podia ser até porque um delegado ou o investigado tivessem sofrido um pico de pressão alta na hora aprazada ou uma caganeira no horário determinado.

E não instrumento protelatório que, caso se identifique, a própria legislação prevê os meios de combatê-lo. Há limites na lei. Da mesma forma que não se pode descartar hipoteticamente que o governo quisesse atrapalhar a investigação, não seria o adiamento de uma oitiva a comprová-lo porque terá que ser realizada pela inércia processual.

É uma falácia o velho e surrado raciocínio "depois disso por causa disso". Uma leitura de filosofia e lógica ajudaria no pensamento e na própria estratégia dos delegados no seu enfrentamento ao governo. Descobririam que o sol não nasce porque o galo canta. Apesar do galo cantar todos os dias no nascer do sol.

No caso específico, o delegado foi prudente, ainda que leitura de inquéritos não represente coisa do outro mundo. E inquérito é apenas inquérito, mesmo que muita gente (até mesmo determinados delegados) o veja como investigação judicial e sinônimo de culpa definida.

De outro modo: o adiamento teria sido em função das mudanças mas isto não significaria solução de continuidade dos inquéritos. Uma conexão forçada. Se prejuízos pudessem ser suscitados, eles não teriam ligação com o adiamento nos termos em que se os coloca. Não é porque o galo canta quando o sol nasce que o sol nasce porque o galo canta.

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Ponto Cartesiano

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