A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019 foi revista de 2,7% para 2%, segundo análise de conjuntura divulgada hoje (28) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com a Carta de Conjuntura, o ano será de baixo crescimento econômico.

Segundo o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro, a projeção é de baixo resultado no varejo, taxa de desemprego alta e desaceleração na massa salarial.

"Parte da revisão foi uma mudança por conta da redução do crescimento do ano passado, que gera um impacto para as previsões deste ano e também alguma redução ao que se esperava para o primeiro trimestre deste ano. A retomada que se imaginava ainda não aconteceu com mais força. A gente está esperando que a retomada seja mais clara apenas a partir do segundo semestre deste ano".

Ele destaca que o resultado ruim se deve também a fatores externos, como a crise na Argentina, que "prejudica muito as exportações, especialmente de automóveis, no Brasil".

Reforma da Previdência

Castro explica que, caso a reforma da Previdência não seja aprovada, a projeção de cenário é de estagnação pelos próximos 12 anos, com recessão já no próximo ano. "O cenário de crescimento de 2% no ano de 2019 e de 3% em 2020 é baseado na aprovação da reforma da Previdência em meados deste ano. Caso não haja essa aprovação, obviamente que a gente não espera que essa retomada aconteça e há o risco de uma nova recessão num futuro próximo, dada a gravidade da situação fiscal que a gente observa e é uma questão estrutural, não dá para conter gasto num ano e resolver o problema".

Segundo a projeção do instituto, a reforma da Previdência vai impactar também o espaço fiscal, que indica a diferença entre o teto de gastos do governo e as despesas obrigatórias. Em caso de aprovação, o Ipea acredita que essa margem aumente cerca de R$ 40 bilhões por ano entre 2020 e 2023, já descontada a inflação. Se a reforma não for aprovada, o Ipea prevê que o espaço fiscal pode passar de R$ 151 bilhões em 2019 para R$ 51 bilhões em 2023.

Inflação

As projeções para a inflação foram reduzidas de 4,10% para 3,85%, com previsão de que o consumo das famílias cresça 2,6% este ano. Com base nas previsões de safra feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a previsão para o PIB agrícola permanece em 0,4%. Já o PIB industrial foi estimado em 1,8%, como reflexo da lenta retomada dos índices mensais de atividade industrial. O PIB de serviços tem previsão de crescer 2,2% e as exportações devem apresentar alta de 4% em 2019.

Para 2020, com o amadurecimento do programa de concessões para infraestrutura, o Ipea prevê um aumento de 7,8% nos investimentos.

Deixe seu comentário:

Nacional

O Banco Central (BC) revisou de 1,7% para 1,9% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) em 2024. O PIB é a soma de todos os bens e serviços pro...

A taxa de desemprego, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, ficou em 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano. A tax...

A Polícia Federal (PF) cumpre nesta quinta-feira (28) um mandado de busca e apreensão contra um homem suspeito de se passar pelo ministro da Justiça e Seg...