Há outras questões na decisão do governo de conceder promoções/progressões na Polícia Militar e suspender o pagamento das referidas patentes. Ou seja: deixar o Coronel com salário de Tenente-Coronel, ainda que se movimente na Corporação com uma quantidade maior de símbolos (estrelas e faixas) em sua insígnia militar.

Ainda que o governo possa voltar atrás na medida (a lei ainda não foi publicada), até ontem os militares já teriam sido informados extraoficialmente de que serão mesmo promovidos no  próximo domingo, 21 de abril.

Existiriam pelo menos quatro centenas de policiais esperando a promoção para pedir a reserva (aposentadoria) e os policiais que reivindicam legal e legitimamente tais promoções serão, por lógica, impelidos a buscar a Justiça quando, no início do mês constatarem que os vencimentos não foram creditados de acordo com o novo posto.

Foram beneficiados com as promoções (suspensas para os demais 30 mil efetivos conforme a lei aprovada pelos deputados), mas não as receberão por dois anos (conforme a lei aprovada pelos mesmos parlamentares). Num setor, se aplica a lei. Em outro, apenas parte da lei é válida! Uma mesma lei, de um mesmo governo e aprovada pelo mesmo Legislativo. Imponderável!!!

No caso dos policiais que irão para a reserva (aposentadoria), o governo está prestes a dar fundo no rombo do Igeprev. O Igeprev registrou em 2018 um resultado previdenciário negativo de R$ 533 milhões.

No primeiro bimestre de 2019, ele (o resultado previdenciário/receitas/despesas) já estava em R$ 96,1 milhões negativos (R$ 1 milhão acima dos R$ 95,1 milhões negativos do primeiro bimestre de 2018). São dados públicos dos balanços do governo publicados no Diário Oficial.

Os PMs se aposentarão com um salário de uma patente maior, mas receberão, como aposentadoria, por dois anos, o salário da patente anterior menor da qual foram promovidos. Duas dúvidas: o Igeprev pagaria ao policial da reserva como aposentadoria o valor equivalente à nova patente ou à patente anterior? De quem seria a responsabilidade de bancar a diferença?

Como se nota, nem equivocada a decisão do governo consegue ser!!! É uma situação completamente sem estudo!!!Sem pé nem cabeça!! Aliás, como muitas medidas que o governo tem tomado. Ainda que os PMs estivessem desde 2016 sem promoções de direito.

O governo deveria por no olho da rua os assessores que ficam buzinando decisões e medidas do gênero nas circunstâncias por que passa o Estado com uma crise sem precedentes. Não há qualquer outra explicação que não "burrice política", incompetência, ineficiência ou "má fé administrativa" com o fito de desviar atenção, a bagunça generalizada do Palácio Araguaia.

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