Alguns leitores entram aqui para apontar que critico mais os projetos e ações de Sandoval Cardoso que de Marcelo Miranda. É verdade e por motivos que seguem a lógica: Sandoval é governador do Estado, tem instrumentos objetivos para tornar projetos em realidades em tempo real. Marcelo, não! De outro modo: se Marcelo necessita ser eleito para colocar em prática seus projetos, Sandoval, não!!! Já é o governador!! O que lhes faltaria para aplicar o que defende e promete na campanha eleitoral?
Aliás, enfrentei
muitos peemedebistas, por sinal, quando
lá em 2010 critiquei a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de registrar a
candidatura de Marcelo Miranda ao Senado. Uma aberração jurídica e política!!!
Por motivos óbvios: Marcelo era inelegível, fora cassado um ano antes com a
suspensão de seus direitos políticos por três anos. Não se sabe fundado em que
razões o TRE liberaria sua candidatura, derrubada no TSE, não havia outra
alternativa. Sandoval era do PMDB!!! Da mesma forma que, desde 2012, reitero
aqui que Marcelo era elegível em 1º de outubro de 2014. A eleição é 5 de
outubro. Mesma avaliação do TRE e do TSE.
Me
ocupo, portanto, das contradições, cuidando para que o leitor tenha um pouco de
dados/números para formatar sua própria razão, formar seu juízo de valor. Daí
ser inescapável raciocinar sobre o que os candidatos prometem. Marcelo, como
não tem a máquina nas mãos, trabalha com o imaginário, de olho no retrovisor,
no que o governo deixou de fazer. Sandoval, tenta demonstrar o real, o que
fez/faz e, a partir disso, projetar que
fará mais, o que fazer mais. O problema é que as deficiências da administração que herdou (e que dá
seguimento) fazem-no dourar a pílula e, no mais das vezes, construir falácias
mentirosas para fundamentar sua razão.
É
o que se viu no programa eleitoral que foi ao ar na noite de ontem. Completamente fora da realidade, viu-se um
Governador proclamando uma verdadeira revolução na área de segurança pública em
quatro meses. É uma informação que não
resiste à mínima clicada no google, o que revela falta de preocupação e até
respeito mesmo com a população. Fosse num Estado onde não se fizesse valer uma
hegemonia política das instituições tão forte, como a adquirida no Tocantins,
entidades estariam botando a boca no trombone, diante das inverdades cometidas
no programa eleitoral.
É quase um desrespeito com a população.
Como
todos delegados e policiais civis e militares têm conhecimento, no próximo dia 30 de setembro,
ficarão sem viaturas para trabalhar. Há dois contratos em vigor, ambos assinados (já como aditivos) em 30 de setembro de 2013 (publicados no Diário Oficial de 8 e 21 de outubro do ano passado). Um com a empresa Quality e outro com a empresa Locavel. Ocorre que as empresas já notificaram que vão recolher os 420 carros alugados ao governo e não vai renovar o contrato. E por
que? Falta de pagamento dos aluguéis das viaturas. Aliás, há falta de pagamento também dos
prédios onde funcionam delegacias e há mais de três dezenas de municípios que
não têm um delegado sequer, ou um
policial!!! São números reais.
Com efeito, contrariamente às declarações de Sandoval no seu programa, a violência no Tocantins aumentou de 2011 a
2012, de acordo com o Mapa da Violência/2014, do Ministério da Saúde, com base
da dados de 2012 (computados pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), divulgado em julho deste ano. O número de homicídios/100 mil habitantes no
Estado em 2011 foi 25,5 contra 23,5 em 2010. Em 2012, no Tocantins foram registrados 26,2
homicídios/100 mil habitantes. Um crescimento de 10,2% em relação a 2010,
último ano do governo do PMDB e de 2,7% em relação ao primeiro ano do governo
Siqueira, herdado por Sandoval.
É óbvio que não é uma soma construída apenas pelo atual governador. De 2002 a 2012, por exemplo, a taxa de homicídios/100 mil habitantes no Estado cresceu 71,5%. Tocantins é uma das 16 unidades da Federação, em números absolutos, que teve crescimento no número de homicídios. Na tese de Sandoval, esse cenário aí mudou em quatro meses. É ou não é digno de registro????