Os policiais civis entram no seu segundo dia de greve. Não se sabe, até o momento, se entregaram suas armas. Provável que não. Note-se, o STF já decidiu que policiais civis se equiparam a policiais militares. De outro modo, não podem fazer greve. Nas democracias, greves são instrumento legítimo das classes trabalhadoras para reivindicarem seus direitos. Dentro da lei.

No Jornal do Tocantins desta quinta, o Sindicato dos Policiais informa que a greve atinge 100% da categoria. Deixou de lado que médicos e peritos da polícia civil não os acompanharam. Uma informação distorcida, como se nota, com propósitos de dar à paralisação uma dimensão maior. Ainda que na mesma oportunidade se reafirme o cumprimento de manutenção dos 30% previstos na lei, mesmo de forma precária, como indica a própria reportagem que demonstra que boletins de ocorrência e a retirada de documentos de identidade não estão sendo feitos. Mesmo que a lei o obrigue. De outro modo, os 30% de lei estariam sendo também negligenciados, burlando a Justiça.

No mesmo Jornal do Tocantins informa-se que médicos dos 19 hospitais do Estado decidiram suspender os plantões extras e que só irão realizar procedimentos eletivos dentro da carga horária normal. E por que? Os médicos querem fazer retiradas acima do teto de R$ 24 mil constitucional, pago a servidor público. No governo passado tinha profissional que via depositado nas suas contas mais de R$ 80 mil/mês com os plantões. Óbvio que uma ilegalidade, hospital público não é empresa, é regido por leis. Querem que o governo pague os plantões por fora (como indenização), contrariando determinação do Tribunal de Contas. Por outro lado,os hospitais do Estado continuam sem realizar cirurgias eletivas por falta de recursos para pagar profissionais e prestadores de serviço.

E é neste contexto (e outros tantos) que os policiais civis, ao contrário de outras 17 categorias (das 18 interessadas) que decidiram conceder prazo ao governo para viabilizar financeiramente a administração (para pagar pelos menos os salários), optaram por uma greve que tem tudo para se transformar em mais um problema para a população que já lhes paga o quinto maior salário do país que, com os benefícios daquela lei de Siqueira (promulgada no governo Sandoval) – fora do período legal permitido – passará a ser a segunda maior remuneração, onerando, somente este ano, o orçamento do Estado em cerca de R$ 30 milhões.

De tudo isso, seria pertinente que os policiais civis e suas lideranças fizessem uma visitinha aos corredores do Hospital Geral de Palmas. Poderiam, assim, entender que há prioridades mais prementes para a aplicação dos recursos públicos. Algo que talvez só reconheçam se necessitarem de atendimento no maior hospital público do Estado, coisa que não se deseja para o pior inimigo.

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