O secretário da Agricultura, César Halun, retornando o Matopiba na agenda econômica e política regional. Não o faria, evidentemente, não tivesse o impulso governamental. Ex-deputado federal, Hallun tenta retomar um projeto de desenvolvimento que fora enterrado pelo governo do MDB por questões meramente ideológicas e partidárias. Um projeto criado pela Embrapa e encampado pelo governo do PT.
Hallun acredita que pode garimpar 15 milhões de dólares do Fundo Global de Desenvolvimento Sustentável (GEF) para um projeto de produção de carne sustentável na região.Mais oportunidades de negócios onde a maior produção ainda é a soja.
O Matopiba é, talvez, o melhor projeto de desenvolvimento com possibilidade de modificar o Sul do Maranhão, Piaui, Tocantins e Oeste da Bahia. Uma área que registrou um crescimento na produção de grãos de 45% nas últimas três safras, contra uma média nacional de 12%. De 90 a 2016, este crescimento bateu a espantosos 382%. O Tocantins foi o que mais cresceu.
Mesmo assim tem um PIB per capita de apenas R$ 7,9 mil contra um PIB per capita nacional de R$ 19,8 mil. É o Maranhão com PIB per capita de R$ 5,4 mil, Tocantins (R$ 12,4 mil), Piauí (R$ 6,8 mil) e Bahia (R$ 11,5 mil).
Apesar do crescimento dessa produção de commodities, das 250 mil propriedades rurais do Matopiba, 200 mil tem renda na faixa de zero a dois salários mínimos. Ou seja, muito pobres, a chamada classe E. Os pobres (renda entre dois e 10 mínimos) - classe D - são 35 mil produtores. Na classe C (de 10 a 200 mínimos) são 14 mil e apenas mil propriedades tem renda acima de 200 mínimos.
Numa região onde dos 73 milhões de hectares, cerca de 35 milhões de hectares são de terras cultiváveis. Um potencial e tanto a ser explorado. E bem próximo de dois modais relevantes: BR-153 e Ferrovia Norte-Sul.
