As movimentações políticas do governo tem sentido: 1)a iminente liberação dos empréstimos

do Banco do Brasil e da Caixa e 2) necessária estratégia político-eleitoral do governo para a

sucessão municipal, prévia da estadual.

Deve o grupo político no poder raciocinar que precisa solidificar-se como grupo diante da ainda fluída base parlamentar e institucional. O governo, neste ponto, tem, até aqui, se movido por gravidade: empurrado pelas circunstâncias.

O remanejamento do Secretário de Comunicação para a assessoria de políticas públicas, se dá um pouco de técnica ao setor (publicitários tem estatísticas e pesquisas como ferramentas,base científica), por outro lado pode não favorecer, do ponto de vista político, a meta estabelecida.

Pesquisas e estatísticas só cumprem resultados se traduzidas por políticos que, lá na ponta, sentem na carne as angústias da população. Caso contrário, os marqueteiros é que seriam os   candidatos.

Se o marqueteiro tem a percepção política do ponto de vista científico, é o político que a percebe na prática. Além disso, é ele o responsável por mobilizar lideranças e colocar em prática o que o técnico da política imagina ser o melhor expediente. Essa simbiose não é fácil.

João Neto pode muito bem incumbir-se da função. É inteligente e já demonstrou competência no que se propôs realizar. Mas a tendência é que vá enfrentar obstáculos de natureza política, o denominado fogo amigo.

Até porque ao colocar um publicitário numa função de coordenação de políticas públicas num Estado onde 55% da população está na linha de pobreza, Mauro Carlesse, mesmo que no exercício  legítimo de suas competências, estaria a dizer que ou está só no governo ou não confiaria nos políticos que o cercam. Com o técnico, pode sofrer menor pressão ainda que seja uma política que pode ter dois resultados: positivo ou negativo. Há muita suscetibilidade entre os políticos.

Numa área, por exemplo, que só dos R$ 453 milhões de recursos dos empréstimos da Caixa cerca de 90% irão para pavimentação asfáltica urbana.Política pública!!! Injeção direto na veia dos prefeitos. Serão R$ 141,7 milhões divididos a 139 prefeitos à ordem de R$ 1 milhão e 20 indistintamente para cada uma das 139 prefeituras do Estado.

Outros R$ 67,1 milhões do mesmo empréstimo serão aplicados também na infraestrutura urbana dos municípios. Em valores que vão de R$ 150 mil (Aurora) a R$ 2 milhões e 700 mil (Colinas).

Inclusive, com algumas distorções: nos dois programas do mesmo financiamento, Colinas (de 34 mil habitantes) terá, por exemplo, R$ 3 milhões e 720 mil e Palmas (com 300 mil habitantes) receberá apenas R$ 3 milhões e 120 mil.

Ou seja: destes R$ 208 milhões aí a população de Palmas é que mais pagará como prestação do empréstimo. Ainda que receba menos, desproporcional ao número de habitantes, contribuinte e arrecadação,dado que a Capital é responsável por 33% das receitas mensais de ICMS do governo. Em maio colocou R$ 79 milhões dos R$ 239 milhões de todos os municípios do Estado.

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Ponto Cartesiano

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