O governo decidiu mexer: trocou o Secretário da Saúde. Sai Renato Jaime e entra o médico Luiz Edgar Leão Tolini. De quebra, livrou-se de outro abacaxi: o ex-prefeito Leonardo Cintra, com problemas graves na Justiça, que cede lugar a Renato Jaime na Secretaria de Meio Ambiente.

Vai melhorar? Não sei. Tolini já era sub-secretário de Saúde. E nem sempre um médico resulta num bom Secretário de Saúde. O Estado já teve vários médicos exercendo a função e nada mudou. Alguns até pioraram a situação.

Mas mudanças são novas possibilidades. Isto porque a questão da saúde, intuo, é mais política do que técnica. Renato Jaime é administrador de empresas e funcionário público. Se fosse apenas uma questão de administrar, estaria ainda lá.

Ficou no meio termo: entre não desagradar os instintos palacianos e a lei. Mais um operador do grupo político no governo que da saúde. Era só questão de tempo a emersão da política errática e equivocada no cargo. Por pura inexperiência e boa dose de imaturidade para função de tamanha complexidade política e dimensão. Um peso desproporcional à sua juventude.

E aí perdeu porque o caos nos hospitais colou no seu rosto, ainda que não tivesse autonomia para solucioná-lo. Na própria Secretaria já se avaliava que Renato Jaime era dado a transferir responsabilidades de atos de sua competência exclusiva e produto de suas ações, a terceiros ou subordinados, no que contribuiu para seu desgaste também internamente.

 

Evidente que um funcionário público concursado não teria musculatura política (nem topete) para dizer não, por exemplo, a contratos de R$ 10 milhões como o da Sancil. Ou para os reconhecimentos de dívidas e um sem número de ilegalidades contratuais gritantes na Saúde, sugestivas de desvios de recursos públicos, como comprovam as inúmeras ações do MPE.

Um orçamento de R$ 1,5 bilhão por ano. E, parece, desincumbiu-se da função leal ao governo dado que arriscou sua carreira de funcionário público ao assinar tantas irregularidades numa Secretaria em que não tinha sequer o controle do orçamento que é feito pela Fazenda. A recolocação em outra pasta não deixa dúvidas também quanto ao reconhecimento do governo ao papel que desempenhou.

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