Na semana em que finaliza o primeiro quadrimestre, a situação fiscal do governo permanece inalterada. Significa que se governo federal e Congresso não modificarem os critérios (e a Lei de Responsabilidade Fiscal), aquele empréstimo que o Palácio enxerga como a salvação da lavoura não sairá por agora.

Lá no http://www.transparencia.to.gov.br/#!despesas desta segunda se registra que o governo gastou com pessoal em janeiro um total de R$ 336 milhões, fevereiro (R$ 489 milhões), março (R$ 464 milhões) e abril (ainda sem os gastos dos salários do mês) já havia registrado pagamentos de pessoal de R$ 287 milhões.

Se compararmos com o mesmo período de 2018 (janeiro/fevereiro/março), a diferença é relevante. Nos três primeiros meses do ano passado o governo Marcelo Miranda gastou R$ 905 milhões (despesas líquidas de salários) contra os R$ 1,289 bilhões dos três primeiros meses de 2019.

Foram R$ 316 milhões (janeiro/2018), R$ 344 milhões (fevereiro/2018) e R$ 235 milhões (março/2018). No primeiro trimestre de 2019 houve um crescimento de 9,3% das despesas de pessoal em relação ao primeiro quadrimestre de 2018.

No balanço do governo de 2018 (publicado em 30 de janeiro de 2019), está registrado que o governo gastou com salários R$ 348 milhões (setembro/2018), R$ 407 milhões (outubro/2018), R$ 302 milhões (novembro/2018) e R$ 530 milhões (dezembro de 2018). Isto aí como despesa líquida de salários, já retirando as deduções da LRF. Ou seja, os R$ 1,289 bilhões do primeiro trimestre de 2019 são 4% acima dos R$ 1,039 bilhões do ultimo trimestre de 2018.

Como é possível deduzir, o governo não cortou despesas com pessoal. Se demitiu, contratou porque isto não apareceu nas despesas de salários pagas. Salário só se corta demitindo e não se pode demitir efetivos sem processo legal. Como não teve reajuste, promoção ou correção inflacionária nos quatro primeiros meses do ano, o governo não cortou nada!!

Talvez por isto, o Palácio tenha jogado para o alto a idéia de cortar promoções e progressões dos servidores, com a escancarada discricionariedade das promoções da Polícia Militar previstas para esta segunda. Ou abriu a porteira ou a porta do inferno dada a previsível reação das demais categorias de servidores.

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