Viu-se o esperado no debate da TV Anhanguera/Rede Globo ontem: críticas ao candidato do governo e à sua não participação. Uma decisão racional de Mauro Carlesse entendendo que poderia render-lhe mais prejuízos que ganhos eleitorais. É do jogo.

Assumiu, entretanto, o risco de ser entendido por parte do eleitorado que o seu projeto político estivesse acima dos interesses públicos que, naturalmente, exigiria dele, se mais não fosse governador, candidato a administrar recursos acima de R$ 40 bilhões no quadriênio.

Seus adversários e as circunstâncias podem ter contribuído para a diminuição dessa percepção de falta de transparência que sugere também pudesse o Chefe do Executivo omitir-se quanto a outras pressões mais substanciais no exercício do cargo.

Os candidatos que foram ao debate não apresentaram, grosso modo, qualquer informação nova ao telespectador, priorizando velhas críticas de que, inclusive, seriam também objeto. Até mesmo de Mauro Carlesse. Alguns não se importaram sequer com as contradições entre suas teorias e as práticas que aplicam, dando mais valor ao cenário que a cena.

Na verdade, debates na TV, no formato como é feito, não tem qualquer atrativo ao eleitor/telespectador. O político vai com a cola de sua pergunta, da réplica e da tréplica. Faz a indagação para seu adversário apenas para levantar oportunidade de expor o que pensa na réplica e por aí vai.  Algo quase mecânico, no automatismo.

Essa falta de sentido termina por justificar – o que em condições normais pudesse ser tratado como falta de transparência – a nota oficial do candidato do governo, explicando que não participaria por já mostrar pessoalmente suas propostas à população. E que os adversários deixariam de apresentar propostas e partiriam para o ataque.

Elementar, nas democracias representativas, como a falta de opção do gestor público e político para decidir onde, como e quando deveria ser confrontado com suas ações e gestos.

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Ponto Cartesiano

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