É praticamente zero do ponto de vista pragmático e programático a possibilidade de acordo entre os poderes na reunião marcada pelo Executivo estadual para esta quarta, levando-a a mais uma ação de cunho midiático, com aparente sentido de dar conformação, por mínima que seja, à administração que em absoluto existiria na prática.

O encontro marcado pelo governo já teria um vício de origem. Se já dele não se pudesse obter a avaliação de mero armistício do Palácio Araguaia à crise da falta de repasses cobrados no Supremo Tribunal Federal e ações de improbidade que enfrenta dos demais, ele se dá a cerca de 30 dias do encerramento do exercício orçamentário para discutir situação financeira dos quais os poderes, por interdependentes, tem responsabilidades repartidas e resultados fiscais diferenciados.

Não haveria razão que não política, para que, agora, às portas de um déficit orçamentário monumental no Executivo e sem capacidade de pagamento por suas próprias escolhas governamentais, os demais poderes participassem de um fechamento contábil sob termos tão solidários quanto injustos. Uma terceirização de responsabilidades.

Isto porque, mesmo alguns deles descumprindo a LRF, não o fizeram em níveis de tal forma elevados quanto o teria praticado o Palácio Araguaia. E estão também se virando nos trinta para fechar balanços, a despeito da irregularidade dos repasses constitucionais do duodécimo, retidos pelo Executivo.

Os cinco demais poderes recebem cotas do orçamento para suas despesas. Tem orçamento próprio como são sujeitos à LRF como o é o Executivo.  Cerca de 80% do orçamento quem administra é justamente o Executivo. É o Executivo também que arrecada as receitas e, até ontem, já tinha realizado 64% da previsão orçamentária.

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Ponto Cartesiano

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