A pesquisa Ibope de ontem (Bolsonaro/28%, Haddad/22%,Ciro/11%, Alckimin/8%, Marina/5%,Amoedo/3%, Álvaro/2%, Meireles/2% e Boulos/1%) expõe o óbvio: o país está entre o radicalismo de esquerda (PT)/Fernando Haddad/Lula e o radicalismo de direita (Jair Bolsonaro).

É como se a maioria da população oscilasse entre Mussolini e Stalin. Ou Pinochet e Fidel, Kin-Jong-Un e Rafael Videla, Garrastazu Médici ou Prestes e Marighela. Tudo que a humanidade, impulsionada por seu motor civilizatório que a preservou até aqui, combateu e ainda enfrenta até mesmo pelo próprio instinto animal de sobrevivência de que é possuidora.

São inegáveis os registros históricos dessa histeria coletiva. Não há como refutar posto colocados pelos próprios, a não mais tendência, mas meios e finalidades de ambas as forças políticas que dominam, a priori, a opinião popular, alienada em função de suas carências e revolta, pelas mesmas forças que delas fazem utilidade.

PT e Bolsonaro carregam a mesma aceleração, tem mesmos pontos de partida e de chegada. Diferencia-os o vetor mas convergem no autoritarismo. Tanto o PT (com seus comandantes "militares" na cadeia por roubo) como Bolsonaro (com os militares ressentidos com a perda de poder para a democracia) buscam a mesma alternativa. Assim como à população, nos seus projetos arbitrários de poder, é designado o mesmo papel.

Se o PT desafia as instituições (o STF e o Congresso), Bolsonaro promete fazê-lo de forma tão explícita (quer Constituinte sem parlamentares e aumentar número de ministros do Supremo para indicá-los) quanto a desfaçatez e indecência petista de querer, da cadeia, presidir novamente o país depois de flagrado roubando bilhões dos contribuintes. Seja para o bolso de seus comandantes (Petrolão) ou para fraudar a democracia na compra de apoio parlamentar (Mensalão).

A isto tudo aí, essa mesma população de que já foi vítima, promete entregar-se, novamente, em 7 de outubro, acreditando ser o resultado de uma luta pelas liberdades democráticas, desvirtuando o sentido absoluto de liberdade, relativizando-a às variações do afeto que é como a tratam os ditadores de esquerda ou de direita.

Evidente que é uma tendência populista (de esquerda ou de direita) nefasta às liberdades democráticas e, por tal, sujeita a uma ética e moral próprias dos grupos que a dominam. Beneficiados pela inércia das demais forças políticas que, conhecedoras de que, divididas, ainda que as combatam, favorecem as mesmas forças a ressuscitarem o obscurantismo no país. Estariam preocupadas, também, como se nota, apenas com seus interesses pessoais. Uma nação à beira do abismo. Se ainda não afundou, dê-se graças a Arquimedes e seu empuxo.

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