Em crescimento apesar das turbulências econômicas globais e regionais, o mercado da alimentação saudável tem atraído empresários brasileiros. Enquanto algumas empresas nascem com a proposta de fornecer alimentos livres de conservantes ou açúcar, outras se adaptam para atender às novas necessidades dos consumidores.

A demanda vem dos mercados interno e externo. Exportar produtos típicos brasileiros com o valor agregado conferido pelo selo de alimento saudável é bom negócio.

Um relatório da agência de pesquisas Technavio estima um crescimento anual de 6% para o mercado global de alimentação saudável até 2020. Para o Brasil, a agência Euromonitor Internacional projetou crescimento anual de 4% desse mercado até 2021.

O administrador de empresas e ex-chefe de cozinha Matheus Mariani iniciou a incursão no ramo vendendo para o mercado brasileiro. Após cerca de três anos desenvolvendo os produtos, em 2016 ele fundou a Alquimia da Saúde, uma fábrica de suplementos alimentares sem aditivos químicos.

"Eu já trabalhei com eventos, já fui dono de restaurante. Mas vi que estava tendo essa necessidade de as pessoas se alimentarem melhor de uma forma prática. Meu cunhado era atleta de mountain bike e sempre pedia que eu desenvolvesse algo para ele. Suplementos naturais, nada de química, nada de refinados. Comecei a desenvolver, no início de maneira bem informal", conta.

A ideia deu certo, no entanto, e se transformou na fábrica hoje com sede em Itajaí, Santa Catarina. Mariani explica que sua formação em gastronomia e a experiência como chefe em restaurantes conceituados da Europa ajudaram na criação dos produtos, que incluem vitaminas em cápsulas, pós e óleos essenciais. O uso de um processo diferenciado na fabricação permite dispensar os aditivos.

"A partir de uma técnica chamada spray dryer você consegue microencapsular um produto, mas precisa da maltodextrina, um aditivo que é um carboidrato e retira toda a fibra. Nós fazemos de forma diferente. O açaí, por exemplo, uma fruta gordurosa, precisa de aditivo para desidratar. Mas a gente usa um processo chamado liofilização, um ultracongelamento que desidrata[sem aditivo]", diz o empresário. Segundo ele, atualmente os suplementos da Alquimia da Saúde são vendidos em todo o país.

Interesse em exportar

"Começamos com e-commerce para pessoa física. Agora, as lojas de produtos naturais começaram a nos procurar", relata. Matheus Mariani e o pai, Maurício Danilo Mariani, sócio investidor da empresa, também decidiram que chegou a hora de exportar. Com outras 61 empresas brasileiras, eles participam esta semana de rodadas de negócios na LAC Flavors, uma feira de bebidas e alimentos promovida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Santiago, Chile.

"A tendência no Brasil é querer tudo fino, tudo coado. Lá fora eles perceberam a importância da fibra, do integral, há um tempo, antes da gente", destaca Matheus. Na feira, a empresa fará rodadas de negócios com potenciais compradores do Chile, Austrália, Ásia e Estados Unidos. A participação das empresas brasileiras foi articulada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que organizou um stand para exposição dos produtos do Brasil.

Matheus Mariani acredita em um mercado cada vez mais favorável aos produtos naturais, inclusive com redução de preços. "Nós somos co-criadores desse preço alto [dos produtos orgânicos]. Quanto mais a gente consumir, mais vai crescer o volume de produtos disponíveis e mais vai baratear."

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