O governo ainda não deu explicações plausíveis para o depósito irregular de lixo hospitalar em um galpão do Distrito Industrial de Araguaína. É, por certo, difícil justificar 180 toneladas de lixo hospitalar num lugar que não seja apropriado para tratamento e incineração. E de competência do governo fiscalizar a sua destinação.

As imagens de filme de terror ganham contornos mais tenebrosos se considerarmos que o secretário de Saúde, Renato Jaime, autorizou a contratação sem licitação no dia 8 de agosto por R$ 553 mil mensais a empresa Sancil Sanantonio Construtora e Incorporadora para justamente recolher o lixo hospitalar do Hospital Regional de Araguaína.

Foram dois lotes: um de R$ 315.241,02 e outro de R$ 242.571,39.

Essa empresa tem sede em Wanderlândia e abriga como sócios o advogado e ex-juiz eleitoral João Olinto Garcia de Oliveira e Rodolfo Olinto Rotoli Garcia de Oliveira. João Olinto, pela Junta Comercial, viria a ser o administrador da empresa.

Ainda que a priori a contratação possa até ser defendida (urgência, a empresa existiria desde 91 em Wanderlândia e que tais), apesar da ligação direta com o deputado estadual Olintho Neto (filho de um dos sócios da empresa), o valor contratado (meio milhão por mês) e a destinação dada, até esta semana, ao objeto da contratação, é um escândalo. E sem qualquer fiscalização da mesma Secretaria de Saúde afinal 180 toneladas não é lixo hospitalar de um ou dois dias.

Mais ainda se considerarmos os "considerandos" de Renato Jaime (na Portaria 512/2018) para a contratação sem licitação dos serviços, há três meses, e publicada no Diário Oficial do dia 18 de agosto de 2018.

Ou seja: o Secretário autorizou a contratação da empresa no dia 8 de agosto (através de uma portaria com efeito na publicação) e a publicou no Diário Oficial dez dias depois, em plena campanha eleitoral.

Exatos 43 dias antes daquele rumoroso episódio dos R$ 500 mil apreendidos pela polícia (dia 1° de outubro) com outro membro da família do parlamentar, o advogado Luís Olinto Rotoli Garcia de Oliveira. E que o advogado teria informado ser produto de herança.

Como se nota, Olintho Neto, um dos deputados mais próximos do governador Mauro Carlesse, ainda que não tenha nada comprovado contra si (em ambos os casos negou participação), parece enfrentar passivos que familiares ultimamente de forma recorrente tem lhe imposto.

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