Qual a diferença entre Ulysses Guimaraes e Paulo Maluf? Jair Bolsonaro e FHC? O que diferenciaria a UDN do PSD? A Arena do MDB? Castelo Branco e João Goulart?

Quando vejo emedebistas do Estado hoje justificando cinco deputados do MDB sendo liderados por um deputado da Arena (da base do governo) na Assembléia Legislativa (eleitos pelo povo para fazer leis e fiscalizar os governos) e enxergando nisto a coisa mais normal do planeta, concluo que a Arena cooptou o MDB. Um partido que há três meses era oposição. E que durante à ditadura resistiu ao governo militar de exceção cujo partido de sustentação era justamente a Arena por força de atração  ideológica e principial.

Isto por que o MDB é, historicamente, por sua formação ideológica e por seus estatutos partidários, a resistência ao conservadorismo da Arena, presente no Democratas (de Eduardo), que o sucedeu.

E quando cinco do MDB são liderados por um da Arena, não há dúvida daquele que ofereceu rendição, mesmo que se a subordine, a renúncia, a interesses não confessados ainda que se tenha a prerrogativa de justificá-la, como os permite a democracia.

A justificativa de troca por comissões não resiste ao primeiro argumento: qual o princípio que o MDB terá como norte nas matérias que por ali tramitarão: da Arena (que o nomeou) ou do MDB!!! que aceitou ser liderado, a priori, pela agora determinante e determinada Arena.

Mais ainda: ora se o bloco seria de seis, a maioria parlamentar seria os cinco do MDB. Se a questão fosse negociação, um grupo de cinco é, matematicamente, até por questão de quórum, mais forte que um. Disto se conclui que o MDB com cinco seria mais forte que a Arena com apenas um. Ou perdi alguma coisa.

Ainda: se o MDB que era oposição ao governo entregou a liderança, mesmo tendo maioria absoluta no grupo (cinco contra um) evidentemente teria  dispensado essa artilharia toda, entregando-a ao deputado do governo, fornecendo-lhe ativo que o grupo de cinco teria para o partido. Entregou-a, portanto, a outro partido, da Arena. Até nisto, força contrária, soma partidária negativa.

Na relação, portanto, emerge que este um da Arena fosse mais forte que os cinco do MDB. Ou seja, precisaria de cinco do MDB para valer um da Arena. Seria cômico não fosse verdadeiro pelas próprias defesas dos emedebistas abduzidos.

Enxergo, entretanto, por subordinação demonstrativa, na tese, Maluf liderando Ulysses e Bolsonaro convencendo FHC a apoiar generais no comando de um país de civis.

Não há pragmatismo político que justifique cinco deputados do MDB liderados por um da Arena. E não se está falando do dualismo dos grupos políticos que dominaram o Estado do Tocantins nos últimos 30 anos e que fizeram tudo isto que está aí.

E sim de ideologias e correntes políticas tão antagônicas como antípodas, não só localmente, mas de forma universal na questão principiológica e que disso fazem uso, muito apropriadamente, para dar sustentação a seus discursos eleitorais.

Agora, no Estado, circunstancialmente agrupadas, levando o eleitor em particular e a população de modo geral, a entender que partido político é essa bagunça mesmo!!!  Ou seja, tudo mundo pensa igual. E que não haveria direções partidárias. Ou seja, partidos só seriam partidos até que encontrassem um todo para agrupar-se e a suas ideologias.

Pior: que fins não confessados justificariam a prostituição político-partidário-principiológica-ideológica dos meios. Contexto de que a fulanização da discussão entre siqueiristas e mirandistas, todos em procissão de fé pelo Estado, favoreceria colocar em segundo plano o rendez-vous que a situação expõe. E cuja consequência é não outra que a manutenção do quadro atual.

 

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