Há uma movimentação nas redes sociais contrárias à prefeita Cinthia Ribeiro. O X da coisa seria a falta de autorização para os bloquinhos no carnaval. Informação contestada pela prefeitura. O município, tudo indica, quer apenas organizar a festa. A distorção deliberada (e estratégica) favorece os "bloquinhos" e se isto ocorre, prejudica a população. Especialmente  aquela que quer sossego no carnaval.

Anoto que quando Carlos Amastha direcionou, equivocadamente, a verba do município para o carnaval da fé evangélico e católico (num Estado laico), não se viu movimento com tanta intensidade a admoestá-lo nas redes sociais.

Mas não é o ponto: o que os foliões parecem querer é a liberação para fazer carnaval de rua em qualquer lugar. Ora, evidente que um abuso ao direito de quem não quer barulho no carnaval.

E não se está reivindicando liberação, por exemplo, na avenida Theotônio Segurado, da Praça dos Girassóis (como os blocos fizeram um movimento espontâneo nos anos 90) ou do estacionamento do Estádio Nilton Santos.

Reivindicam no centrão, ao lado de residências, próximo de quadras de classe de renda elevada (e maior consumo de tudo),  como a transgredir uma certa ordem que o carnaval sugeriria ter como finalidade. Um direito que não pode ir contra o direito de quem isto não queira.

O movimento, assim, enfrenta sua própria lógica: buscar liberdade para suas escolhas no carnaval. Opção que muitos moradores podem ter a sua própria que talvez fosse não sair de casa no carnaval, apenas descansar no período.

Mais especificamente, deduz-se, o motor do embate com a prefeita é a não autorização para determinados bares fazer carnaval por motivos óbvios: proximidade de residências. Ou: garantir a liberdade e direito daquele que diz não à farra.

E aí, como é notório e possível raciocinar, o rebanho estaria sendo impulsionado pelos próprios proprietários dos bares instalados em áreas impróprias com autorizações precárias da prefeitura fundadas naquela decisão de Raul Filho (e da Câmara) de liberar alvarás para botecos ao lado de residências, estuprando o plano diretor original da cidade. E acabando com o sossego do morador que tem também o direito de não gostar da farra.

Os donos de bares já são beneficiados com a permissividade de funcionar com sons na maior altura, ao lado de residências, querem mais: tomar de conta também das ruas ao lado dos seus botecos. E para isto contam com o raso e quase vazio ideológico de seus adeptos.

Está faltando bom senso tanto do rebanho quanto dos seus pastores.

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Ponto Cartesiano

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