Mais problemas para o governo. O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Reginaldo Leandro da Silva, é objeto de Investigação Criminal e de Inquérito Civil Público. Os procedimentos correm em segredo de justiça e foram informados à presidente da Associação das Mulheres Policiais do Estado, Giovanna Cavalcante, pelo procurador geral de Justiça, José Omar de Almeida, no último dia 28 de março, pelo Ofício 058/2010/GAB/APG 1.
A acusação da dirigente é grave: assédio moral e sexual no Corpo de Bombeiros. Há denúncias gravadas assumidas pelas próprias militares. Ainda que não se possa fazer juízo de valor criminal das acusações (nem acusado judicialmente ainda é o comandante), do ponto de vista moral e ético já seria situação que imporia ao governo e ao próprio militar, um pedido de afastamento do Comando até que a situação seja colocada a limpo.
Empurrando com a barriga a situação, o governo passa recibo de que trata acusações de assédio contra mulheres (pior ainda, dentro do comando de uma PM onde hierarquia e respeito é princípio basilar) com menoscabo e um desrespeito ao avanço civilizatório na direção de tratamento respeitoso às mulheres vítimas de abusos praticados pelo homem. Vindos de que detém poder de comando e chefia e na Polícia Militar. Chega a ser um acinte deixar o comandante, mesmo acusado de cometer, voluntária ou involuntariamente tais abusos e que isto ocorra na Corporação.
A bem de sua carreira e até para deixar claro que defende a investigação, a lógica, moral e ética indicam que a melhor ação do Comandante seria entregar o cargo. E dar, de cabeça erguida, as suas explicações.
Enquanto isto, as mulheres, evidentemente, sob o seu comando certamente terão receio de contar os abusos a investigadores. Talvez aí esteja, como sugere a manutenção no cargo, o núcleo da resistência em deixá-lo (ou dele ser afastado) para que as questões sejam explicadas. Se é que exista explicação. Mulher,ainda mais fardada, é implausível que saia por aí inventando abusos.