O dia é janela para discussão aberta esta semana pelos vereadores da Capital. Como se não tivessem mais o que fazer, decidiram aprofundar o marco civilizatório na direção das cavernas e do fundamentalismo religioso que as pessoas civilizadas combatem justamente por ter conhecimento dos efeitos da prepotência religiosa ao longo dos séculos.

Caminhamos para retrocessos inimagináveis. Atrocidades religiosas ocorrem desde que o homem é homem. Independente se veio de Adão e Eva, se Adão foi feito de barro e Eva de uma de suas costelas. Ou se produto da evolução da espécie. Elas se dão porque apenas parte do homem é racional.

A evolução cuidou de diminuir sua parte incivilizada e por isto ainda estamos vivos, apesar dos líderes religiosos e de suas imposições com a justificativa de que assim preenchemos nossos imensos vazios, quando, não raro, os aprofundamos. Enquanto os que dela fazem profissão enchem os bolsos.

A decisão da Câmara Municipal de Palmas de aprovar uma Nota de Repúdio ao Dia de quem cuida de mim, instituído pela Secretaria Estadual de Educação (que não é nem impositiva) é daqueles absurdos que comete o fundamentalismo religioso que não cabe mais na sociedade civilizada. Não porque um obstáculo à celebração do Dia das Mães, mas pela divisão reacionária e cega que proporciona.

Endossou o Legislativo de todos os palmenses (religiosos, ateus, agnósticos) que pagam seus salários e vão colocar nos cofres públicos municipais este ano R$ 1,2 bilhão para suas excelências administrarem, uma excrescência autoritária e, acima de tudo, burra. É como se os vereadores observassem na Capital apenas uma corrente. E ela fosse a evangélica.

Pior ainda: uma intromissão indevida dado que a Câmara Municipal de Palmas não tem competência para influenciar em decisões de governo. Aliás, os vereadores deixaram de lado uma penca de prioridades municipais para atravessar a Avenida Teothônio Segurado e arrombar a porta do Palácio Araguaia.

A proposta da tal bancada evangélica chega a ser indecente num estado democrático de direito e sob a régua até mesmo moral e ética, afinal combater, às vésperas do Dia das Mães, uma medida que visa justamente a inclusão de amores maternais e filiais, objetando as ultrapassadas e incivilizadas questões de gênero, à revelia das estruturas familiares e maternais de hoje, é querer trazer de volta as cavernas.

A bancada religiosa da Câmara já tinha produzido coisas do gênero como aquela proposta do mesmo vereador Felipe Martins (filho do ex-deputado federal Amarildo Martins, pastor evangélico que ficou conhecido na Máfia da Ambulâncias) tentou mudar o nome de uma Escola porque Arco Íris seria um símbolo dos LGBTs.

Essa turma já ganhou milhões de um carnaval religioso. Agora quer mais: impor sua crença e seus princípios religiosos aos demais moradores da cidade. E também do Estado, como se nota no repúdio a uma decisão estadual. Prontamente aprovada pelos 19 vereadores municipais, pagos por todos os contribuintes de todos os credos e gêneros.

O governo fez bem!!! Uma decisão civilizada e saudável. Os vereadores fizeram mal tanto na discricionariedade idiota como na tentativa de usurpação de poderes.

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