O vice-governador Wanderley Barbosa, no exercício do cargo de governador, concedeu uma coletiva de imprensa ontem. Normal. Wanderley é, antes de tudo, a mais provável opção de Mauro Carlesse em 2022. O vice, é fato, foi fundamental no projeto de Carlesse.
Pelo que se lê nos portais, uma entrevista dentro dos padrões institucionais. Um bom indício para um ex-deputado extremamente mercurial e dado a baixar o nível nas críticas a adversários que consideraria como inimigos. Se manter o perfil, avançou.
Faço um recorte do que se disse: Wanderley teria contraditado as críticas por excesso de servidores com a informação de que o governo teria reduzido de 23 mil para 13 mil os contratos.
Ora, se reduziu o número, então aumentou os salários dos contratados. E aí teria trocado seis por meia dúzia. Ou então o governo está guardando para si números melhores do que os publicados no Portal das Transparências (uma obrigação legal de lei complementar).
No www.transparência.gov.to.br o governo gastou com contratos por tempo determinado em janeiro de 2019 um total de R$ 8 milhões. Fechou o mês de junho gastando com os mesmos contratos a bagatela de R$ 50,5 milhões. Um crescimento de 531%!!!!
Pelo mesmo portal nesta quinta: R$ 17,2 milhões (fevereiro), R$ 13,1 milhões (março), R$ 69,3 milhões (abril), R$ 29,4 milhões (maio), R$ 50,5 milhões (junho) e em julho, até hoje, já estão contabilizadas despesas de salários com contratos na ordem de R$ 18,9 milhões.
Wanderley é um dos políticos mais bem articulados do Estado. Ainda que tenha como referencial o pai, ex-prefeito de Taquaruçu (e depois Palmas) é dotado de inteligência política não herdada. Adquirida. Mas não pode cometer os mesmo vícios.