As pessoas que trafegam pela NS-02, observam nas proximidades da sede da OAB (e de frente para um anexo do Tribunal de Justiça), na região Norte da cidade, um templo que avança sobre a calçada impunemente. A prefeitura autorizou uma igreja numa avenida de grande movimento e sem destinação para estacionamento. Está lá em fase de acabamento o suntuoso templo da Igreja Universal. Até aí um problema municipal.

Ocorre que para solucionar o problema, a Igreja Universal convenceu um deputado a fazer gestões ao governo para adquirir o imóvel localizado no fundo do templo. Motivo: viabilizar um estacionamento. É um terreno que pertencia à RedeSat e agora à Unitins. Cerca de 6 mil m2 no centrão da cidade não avaliado em menos de R$ 7 milhões no mercado.

Ali, no prédio da ex-Comunicatins já estão abrigados a Rede Vida, Canção Nova e TV Assembléia com suas respectivas torres de transmissão. E, tudo indica, já existiriam estudos para muda-las para a região das Arnos.

Não vou aqui deter-me às preferências eletivas religiosas de deputados e governo de retirarem do local emissoras da igreja católica em favor da igreja evangélica. Nem do desvio de função do terreno que tinha-se, até então, como uma opção para se instalar um centro de mídias digitais para a Secretaria da Educação e a própria Universidade.

Ocupo-me do processo de desmantelamento da RedeSat e dos imóveis do poder público. As circunstâncias e as movimentações tanto da igreja Evangélica quanto de governo e deputados apontam para a comercialização da área.

E nisto já se tem pelo menos um referencial: em 2007 o então governador Marcelo Miranda vendeu para Carlos Amastha a área pública do governo para a construção do Shopping Capim Dourado pelo valor de R$ 688 mil divididos em 24 parcelas. Sem licitação. O Ministério Público em ação civil pública avaliou que a área tinha como valor de mercado R$ 9,8 milhões. Ou seja: 14 vezes maior que o preço pago ao governo.

Uma área de preservação às margens do Córrego Brejo Comprido que obrigou os vereadores e o prefeito Raul Filho a desafetar a  área para viabilizar a construção que foi inaugurada com a presença do governador sem alvará de construção, habite-se e liberação do Corpo de Bombeiros.

Hoje, a Universal constrói um templo numa avenida sem estacionamento, com o aval da prefeitura, e depois vai atrás do governo para adquirir a área onde seus fiéis deixarão seus carros. Ou atrapalharão a vida do cidadão comum que trafegar pela NS-02. Pagão, evangélico, católico, ateu seja o que for.

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