Os deputados de Porto Nacional (Ricardo Ayres, Cleiton Cardoso, Toinho Andrade, Leo Barbosa, Valdemar Junior, Nilton Franco e Junior Geo) se mantêm no seu manifesto silencioso. Digo manifesto porque ao reduzirem suas funções à omissão deliberada sobre a interdição não planejada da ponte sobre o rio Tocantins manifestam uma posição quando seus eleitores já teriam outra mais explícita.

É posição demonstrativa de iniquidades. Se a maioria é aliada do governador que impôs a intervenção, como deputados da cidade e financiados pelo mesmo Executivo, um pouco de ética os faria apoiar publicamente a medida a se posicionarem em silêncio, assumindo covardia dialética e de projetos. Na tese, querem impor o "me inclua fora disso" mas estariam negando fidelidade aos dois: ao governo e à população do município. Um desvio ético.

Como numa dessas fitas do século passado, estão acreditando numa idiotia coletiva, a desviar a atenção para outros pontos onde moral e eticamente estivessem encaixados, forçando uma balança. Ricardo Ayres (o voto mais caro das últimas eleições para estadual/R$ 42,93) propagou que abriu mão do auxílio moradia. Ainda que o auxílio tivesse sido derrubado pelo STF no final do ano passado.

Uma embaixadinha com o cérebro do eleitor e contribuinte em época de informações acessíveis em tempo real. No exato momento em que ele também patrocina uma PEC que objetiva colocar um cabo eleitoral como chefe da Procuradoria Geral do Estado (que orienta com pareceres os contratos do governo) contra a exigência de um servidor com estabilidade.

E Toinho Andrade (que mudou o nome no painel para Antônio Andrade) amplificou corte de servidores no Legislativo sobre sua presidência. Deixando de lado que ele próprio até a semana passada era o deputado que mais empregava comissionados (68), sendo objeto de investigação pela polícia que fez busca e apreensão em seu gabinete e já divulgou depoimentos de servidores que dividiriam o salário com o filho do deputado, vereador na mesma Porto Nacional da ponte interditada.

O problema é que ao não defenderem o governo, os deputados aliados deixam o Chefe do Executivo sozinho com a broxa nas mãos. Afinal, não haveria melhor defesa da decisão do governo na cidade e no Estado que aquela feita pelos representantes do município. E isto pode reduzir os ativos que imaginam possuir no Palácio Araguaia. Mesma avaliação que a lógica indica estaria sendo feita pelos eleitores do município que lhes proporcionaram condição da negociação que tudo indica esteja sendo cumprida por um dos lados.

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