A intenção, posto como colocada, não mereceria qualquer reprovação: delegados entregariam cargos de confiança contra a intervenção em investigações policiais. Mas avisaram: ninguem assume os cargos entregues sem anuência da categoria. Ou seja para não deixar qualquer duvida sobre a natureza do movimento.

O problema é que a demissão dos delegados dos cargos de função de confiança não interferiu, até agora, nos inquéritos.

Seria relevante para a compreensão da população que os delegados informassem (com maiores detalhes) mais claramente a interferência do Executivo nas investigações. Facilitaria a compreensão de seus pleitos.

Quanto à entrega dos cargos em comissão ao governador, dizer o quê!!! Os cargos sempre estiveram à disposição do Chefe do Executivo que, pela Constituição, os nomeia. E não espólio de categorias sujeitando um governo de um estado de 1,5 milhão de pessoas aos caprichos de uma elite assalariada.

Ademais, são cerca de 12 delegados com funções de chefia (delegados regionais) num universo de algo em torno de 200 delegados. Candidatos aos cargos vagos, não faltarão.

Seria decerto implausível imaginar que os delegados –servidores concursados e que recebem salários na faixa média de R$ 17 mil mensais – deixariam de cumprir suas obrigações em atendimento a um chamamento desses.

Abandonariam suas atividades nas delegacias, correndo o risco de enfrentarem processos administrativos por não cumprimento de suas funções.

Se administrativamente impõem desgaste ao governo, politicamente abre oportunidade para o Governador dê início pela Secretaria de Segurança Pública à reforma administrativa propalada. Ficar refém da vontade política de delegados é que não podem nem a população nem o governo.

Daqui a pouco corre-se o risco dos Comandantes PM, os agentes de polícia, escrivães e que tais copiarem o expediente e aí teríamos uma quartelada geral.

Ah: lê-se o portal T1 Notícias, da jornalista Roberta Tum, que o presidente dos Sindicato dos Delegados teria declarado no Palácio nesta tarde que aquela indenização de R$ 4 mil por delegado (R$ 4,8 milhões/ano) era de interesse é do governo.

Ainda que não faça duas semanas que o mesmo sindicato da categoria reuniu os delegados para uma pauta de reivindicações onde um dos principais pontos reivindicados era justamente a renovação da indenização, como declararam as próprias lideranças do movimento.

Por outro lado: quando os delegados defendem a renovação da indenização estariam mesmo é ajudando o governo. Brigavam, na verdade, por mais obrigações. É cada uma!!!

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