Quando publiquei um artigo pela manhã sobre o MDB, apontando que o partido tinha perdido o rumo (e os freios), "mirandistas" retrucaram: o MDB tem o direito de escolher quem achar melhor para a presidência. Evidente. Não era este o núcleo do artigo.

E aí vem agora o jornalista Cléber Toledo, do Portal CT, informando com exclusividade material garimpado em suas fontes: Marcelo teria atribuído a Mauro Carlesse sua segunda cassação. E Carlesse sem Dulce Miranda, não teria sido eleito presidente do Legislativo.

A tese do MDB, pela lógica, é que Carlesse teria influenciado no julgamento. Como o processo foi impetrado pelo Ministério Público Eleitoral (um procurador federal) e a ação foi julgada no TSE, com ministros do STF, TSE e STJ, o governador Mauro Carlesse teria "sensibilizado" todos eles pela cassação de Marcelo Miranda.

Uma leviandade que a militância leva adiante mas que não cai bem na boca de um ex-governador. Até porque provocaria uma outra discussão: como Marcelo foi absolvido, no mesmo processo, no Tribunal Regional Eleitoral, os juízes teriam sido cooptados por Marcelo.

Marcelo foi cassado pelo conjunto da obra, porque permitiu a roubalheira nos seus dois governos.  A questão dos R$ 500 mil do avião de Piracanjuba (que a Justiça não conseguiu fazer prova de conexão com a campanha eleitoral) foi apenas o pretexto. Não havia provas como apontei aqui reproduzindo o parecer da relatora, ministra Luciana Lóssio e os depoimentos dos delegados que fizeram o flagrante.

Afinal, não era plausível que um governador, que já tinha sido cassado uma vez, permitisse, novamente, a bandalheira como o fez Marcelo no seu segundo governo. Tanto que os processos estão aí. Esta semana veio mais um: as apropriações dos recursos dos consignados, Plan-saúde e Igeprev. Quando chegar na roubalheira da Secretaria de Saúde, o caldo entorna de vez.

Marcelo está no gozo dos seus direitos políticos. Mas como sempre está mal assessorado novamente. O MDB não perde sua natureza. Como tratou o governo (na forma de uma fazenda de sua propriedade), os coronéis tratam o partido.

Afinal, atribuir a eleição de um presidente de um poder (Legislativo) à ação da esposa, deputada de primeiro mandato (contra a direção partidária) é o ó do borogodó.  A situação conduz a um raciocínio: pelo papel e relevância que lhes dá o próprio Marcelo  (nas declarações que lhe são atribuídas)  existiria um macho alfa no quarto de casal mandando no partido, governo e no Legislativo estadual. E o prevalente não seria o governador eleito do Estado, não sem razão presidente de honra regional do partido.

 

Deixe seu comentário:

Destaque

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPTO) deflagrou, nesta quarta-feira, 13, a ope...

O projeto de construção da infraestrutura turística na praia do Lago do Manoel Alves, localizado em uma região entre os municípios de Dia...

O senador Irajá Abreu (PSD) dá indícios de querer escalar sua campanha eleitoral com quatro anos de antecedência. Se até agora fazia uso de sua...