Como você sabe, o governo mandou cancelar todos os empenhos não liquidados até 10 de outubro último. Uma diferença da ordem de R$ 1,2 bilhão. São números tão fantásticos como imaginar-se um governo dando um calote oficial dessa magnitude em plena vigência do estado democrático de direito.
Mas há outros números a demonstrar razões governamentais no Tocantins. Mesmo que, por si só, revelem irracionalidades, uma espécie de apropriação, um apoderamento das riquezas populares.
Essa mesma economia em que o governo se nega a pagar dívidas contraídas R$ 1,2 bilhão, proporcionou de 2011 a 2014 um crescimento de 65,5% na arrecadação de ICMS. O Tocantins fechou 2010 com uma arrecadação de ICMS da ordem de R$ 1 bilhão e 93 milhões. No orçamento de 2014, a projeção é que chegue a R$ 1 bilhão e 819 milhões. Ou seja, um avanço de R$ 716 milhões.
O Estado viu crescer também os repasses de FPE. Se em 2010, o governo havia repassado ao Tocantins o equivalente a R$ 2 bilhões e 117 milhões, pode fechar o ano de 2014 com R$ 3 bilhões e 435 milhões. Um crescimento das receitas do Fundo de Participação dos Estados de R$ 1 bilhão e 318 milhões em quatro anos. Ou seja, 62,2% a mais que no último exercício do governo do PMDB.