É deveras curioso que o Conselho Regional de Contabilidade se mostre silencioso quanto aos desvios investigados pela Polícia Civil e que apontam a possibilidade de um duto de R$ 15 milhões em emendas parlamentares.
Não é todo dia, lógico, que um profissional de um dos maiores escritórios de contabilidade do Estado (com registros também no DF e PA) é preso pelo uso de notas fiscais frias neste montante, para proporcionar desvios de recursos públicos e o Conselho Federal e Estadual (autarquias) não se posicionem.
"O Conselho Federal está preocupado com a omissão", disse a este blog na manhã desta segunda o auditor Dete Nunes, presidente nacional da Confederação dos Profissionais Contábeis do Brasil. "O contador acusado está com sua situação regular no Conselho, mesmo sendo acusado de desviar milhões de recursos de emendas parlamentares do governo, sendo o mentor da criação de várias empresas falsas e de laranjas, sendo inclusive procurador das mesmas", disse Dete.
Há no Estado cerca de 3 mil e 300 contadores (no país seriam 517 mil). Evidentemente que a não investigação interna contamina os demais profissionais. "São cinco contadores envolvidos", enumerou o dirigente. "O conselho está omisso, um dos presos é sócio de um dos maiores escritórios de contabilidade do Estado".
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