As pressões do PSDB na prefeita Cínthia Ribeiro podem estar empurrando a Chefe do Executivo municipal para o MDB, agora, na prática, sob o comando de Eduardo Gomes e, tudo indica, com o aval da velha guarda dos emedebistas.

Cinthia, junto com outros prefeitos e vereadores municipais, engrossou o caldo dos presentes na festa do Senador do MDB na sexta em Brasília (DF). Emedebistas próximos de Eduardo e da Executiva confirmaram a este blog neste domingo que já existiria uma aproximação de Cínthia ao MDB e que o clima na festa da posse já era de partidários e de aliados.

A prefeita, é possível raciocinar, estaria praticamente sendo empurrada para fora do PSDB pelos próprios tucanos. O partido é presidido no Estado pelo ex-senador Ataídes Oliveira, agora sem mandato, o que faz da prefeita da Capital a maior liderança da legenda no Estado. A prefeita, como é notório, precisa de verbas federais e o PSDB é ainda oposição ao Palácio do Planalto (João Doria quer disputar a presidência da República) com intensidade diferente do MDB no Congresso.

Ataídes (ainda que tenha sido oposição ao governo nas eleições) dá seguidas demonstrações de que estaria mais próximo de Mauro Carlesse que já tem um candidato (Wanderlei Barbosa) à prefeitura de Palmas, em oposição a Cínthia Ribeiro.

Com o fortalecimento de Wanderlei com a eleição de seu aliado na presidência do Legislativo, estaria também fortalecido o seu projeto de disputar o Paço Municipal em oposição a Cinthia que, por gravidade, se afastaria do Palácio Araguaia e dos partidos ligados a Mauro Carlesse.

As movimentações indicam que, se não houver a mão reacionária tradicional dos tais autênticos, Eduardo Gomes pode dar musculatura ao partido que passaria de um zero à esquerda, para apresentar-se como o maior antagonista das forças de direita que hoje ocupam o Palácio Araguaia e dominam o Legislativo, tanto no Congresso quanto na Assembléia.

E tudo indica que assim pode se dar. Eduardo Gomes filiou-se ao MDB em frangalhos sem força para opor qualquer condição ao senador, um ex-governador cassado e a única parlamentar federal da legenda correndo o risco de perder o mandato por ações eleitorais. Não haveria, portanto, melhor escolha que os emedebistas lhes entregassem a direção regional do partido.

A movimentação de Eduardo Gomes, como se nota, segue o fluxo. Apresenta-se, já no Senado, com a mesma desenvoltura com que foi secretário da mesa diretora da Câmara dos Deputados, confirmando sua facilidade para agrupar políticos.

Se perdeu o cargo que poderia ter no Senado com uma eleição de Renan Calheiros, manteve o canal com o novo presidente do Senado: são considerados resultado de ação do Senador do MDB (depois da desistência de Renan) pelo menos dois dos 42 votos dados a na eleição da presidência da casa. Fundamentais para o escore do senador acreano Davi Alacumbre, também seu colega na Câmara dos Deputados.

Do nada, o MDB no Estado ter um senador com essa movimentação e a prefeita da Capital. Isto seu autênticos nao atrapalharem.

 

 

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