O governo tem equívocos diários. Uns por inexperiência administrativa (E boa dose de prepotência) e outros (de menor monta, felizmente) por má fė mesmo de determinados gestores (minoria).
Mauro Carlesse, entretanto, não tem ficado sentado esperando algo cair do céu,como se comportava seu antecessor.Pode-se criticá-lo por excessos. Nunca por paralisia.
É caso da audiência de ontem com Jair Bolsonaro. Intuo que, muito embora consiga destravar alguma coisa, o saldo político para os próximos anos é maior.
Os pedidos, em larga medida, dizem respeito às emendas colocadas pelos parlamentares no OGU que Bolsonaro já contingenciou parcela.
Recursos que o governo do Estado recebe via convênios. Incluídos na lei orçamentária. Outros, mera ficção nas atuais circunstãncias: rodovia Transbananal que enfrenta não só problema financeiro-orçamentário. Mas também ambientais.
Aponto que,muito embora estivesse acompanhado dos dois maiores líderes da bancada, senador Eduardo Gomes e deputado federal Carlos Gaguim (com postos de liderança do presidente na Câmara e Senado) um dos pedidos (a inclusão da BR 010/235 no pacote de obras federais lançado esta semana) demonstra a falta de articulação do governo com sua bancada e esta com o governo federal. De outro modo:comeram poeira. Uma reivindicação (e necessidade) de anos!! Dos produtores e moradores da região.
A rodovia é fundamental para escoamento da soja no Nordeste do Estado e da produção de parte do Piaui e Maranhão para a ferrovia Norte-Sul. Fortalece o Estado e o Matopiba. Relevante para um Estado que busca investidores no agro. Japoneses e chineses tem interesse em investir alguns milhões ali. Não o fazem por falta de logística. Deputados e senadores cochilaram e o Estado ficou de fora. Entrar agora é certamente mais difícil.
Outro ponto interessante na comunicação palaciana da audiência presidencial é a informação de que Carlesse teria pedido "apoio" para conseguir os 130 milhões da ponte de Porto.
Combinada com outra informação governamental de que Carlesse teria pedido a Bolsonaro também a revisão de critérios de classificacão do Estado na STN (que não depende só dele e sim do Congresso) sinaliza que o governo do Estado não crê em enquadramento tão cedo.Inviabilizando por enquanto os empréstimos e a ponte.
Ou seja:O crime de responsabilidade praticado pelos deputados ao procrastinarem por três meses a aprovação do orçamento impondo mais dificuldades à população não surtiu resultado esperado.
Mas não há dúvida: Carlesse não tem ficado sentado na poltrona do gabinete. Haveria, portanto, esperanças.