Há inúmeros  motivos para deduzir-se que o governador Sandoval Cardoso tem se revelado o expediente necessário à sobrevivência do siqueirismo.  Mais pelo que não faz e menos por aquilo que efetivamente realiza.

O duplo comando de governo nos últimos oito meses terminaria, assim,  por se constituir num rito de passagem para que o Governador emulasse os vícios e desacertos do siqueirismo e dele se apropriasse, atraindo para si o ônus de uma administração desastrosa,  conduzida por Siqueira Campos e seu filho, Eduardo Siqueira.

Voluntariamente ou não,  Sandoval caiu, com efeito,  num liquidificador em lugar dos dois Siqueiras, maiores responsáveis  pelo caos que reina em praticamente todos os setores da administração pública  nos últimos quatro anos.


Talvez impulsionado por argumentos que tinha dificuldades ou não quis contraditar e mesmo acreditar –  e que projetavam apenas uma via  de mão única – o Chefe do Executivo aceitou o jogo jogado e dele não pode, agora,  alegar desconhecimento na administração de prejuízos. Está, por certo, encalacrado numa teia que, hoje, o engole ao invés de projetá-lo adiante como, supõe-se, imaginasse. Vítima, de outro modo, de uma certa astúcia da razão.


E, convenhamos, era um linha argumentativa  encantadora, um jovem deputado, do interior do Estado, de boa família e detentor de posses conquistadas, parlamentar mediano no uso da tribuna e em projetos, quase despercebido no Legislativo, da noite para o dia transformar-se num grande líder libertador do Estado sob as bênçãos de seu criador.


Não imagino que um cidadão, ainda que de parca inteligência (que não é o caso do Governador) não observasse a situação das contas públicas para enfrentar um abacaxi desses sob tais circunstâncias e condições. Um governo que desembolsa quase 60% de todas as suas receitas com funcionários e gasta, mensalmente, cerca de 20% a mais do que arrecada. E diante disso tudo,  prometesse acelerar a inércia, mudando a história como num passe de mágica!!!


Dá-se a impressão que Sandoval tenha caído no conto do vigário. Invariavelmente o  caos na administração descerá sob sua cabeça e sem que seja bonificado, politicamente, por isto.

Levando-se em consideração que o siqueirismo o tinha como o nome para manter-se no poder, infere-se que talvez fosse o plano perfeito a situação projetada por Eduardo e Siqueira:  ganhando, Sandoval  continuaria com o siqueirismo no Palácio Araguaia por mais  uma temporada. Perdendo,  teria, nos nove meses de administração, tal como se dá,  tempo suficiente para se transformar no para-raios catalizador do ônus que deveria recair, por razões numéricas, éticas e morais nos três anos e três meses da administração de seu antecessor.

De outro modo: o plano siqueirista, se não deu certo de um jeito, está dando de outro já que o recall da crise no Estado está sendo transmutado, no consciente popular,  para os nove meses de Sandoval. Os Siqueiras estão limpos, leves e soltos, alguns até sassaricando suas formas física e mental nas redes  sociais, como se o caos reinante no Estado não lhes dissesse respeito.

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