Depois disso, por causa disso. Ainda processando a avalanche das estimadas cem mil pessoas na Graciosa ontem à noite, os políticos parecem ter sido forçados a enxergar Cíntia.

Evidente que era apenas uma festa com show de comemoração dos 30 anos a cidade. Com possibilidade da ocorrência de  ativos e passivos à prefeita ou adversários, correspondentes a sucesso ou fracasso da programação.

O resultado, por gravidade, agregou ativos a Cínthia retirando (ou deixando de acrescentar) por simples relação de causa e consequência, patrimônio politico a seus adversários.

A prefeita tem sido, até aqui, tratada como uma prefeita em exercício. Por aliados e adversários.Os aliados, por força da relação criador/criatura e os adversários por que lhes interessa que não ganhe musculatura política e apoio popular.

No que impõe à prefeita o enfrentamento de uma equação dois contra um. Jogo jogado e legítimo do ponto de vida da democracia.

Com efeito, Cínthia tem se deslocado praticamente sozinha. Sequer o partido, PSDB lhe dá apoio no plano regional. E aí um elemento relevante na concertação política: tem mantido contato direto com os moradores e usado das redes sociais.

Ainda que resulte de estratégia pensada, é uma reação até mesmo instintiva de auto-defesa, no que expõe, na proporção do que surpreende, a estratégia adversária e a fragilidade da tática com que a contrapõem. Isto porque a enfrenta na base, ligação direta.

Não há, com efeito, na Câmara (Assembléia, Câmara dos Deputados ou Senado) parlamentares a assumirem publicamente a defesa de sua administração. Ou críticas. Não fazem nem uma coisa nem outra. Óbvio que um direito esperar para ver no que vai dar.

De outro modo: para a maioria deles, até aqui, tanto faz como tanto fez porque, pela lógica política (porcochauvinista até), as eleições estão a um ano e Cínthia seria apenas a vice como titular. E, de quebra, uma mulher!!! Administrando questões políticas, administração pública e a casa.

Uns, mais atrevidos na imprudência, interesses e no modo, incitam-na a mudar de partido (MDB) que já tem como pré-candidata a deputada federal, ex-primeira dama, Dulce Miranda, cujo marido, ex-governador Marcelo Miranda, deve ser eleito presidente regional da legenda.

Outra previsível arapuca de legenda para a prefeita no projeto de candidatura à reeleição. Ou que vá para o Democratas, partido que tem anunciado o concurso do governador Mauro Carlesse que já tem o seu próprio candidato na disputa pela prefeitura de Palmas.

Por isso essa reação quase envergonhada e até inesperada. Mesmo que existam apenas duas formas de convicção: a formada por silogismo ou por indução. Mas, grosso modo, não fazem reflexão racional sobre ações e reações. É do jogo, ainda que primário e primitivo, mesmo que derivado.

Na primeira, no entanto, as premissas que se tinha, a priori, impunham o raciocínio de que Cínthia fosse uma vice e, portanto, dependente de um titular, sem projeto próprio. Conclusão até então prevalente por dedução lógica. Parece não ser. E por que?

Aí entra o segundo empuxo da convicção: a indução. Impulsionada pelo apoio popular que se cristaliza, é dado inferir-se em favor de Cínthia, de que as calculadas cem mil pessoas ontem na Graciosa com a prefeita no centro do protagonismo dão eloquente demonstração.

 

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