A incapacidade de captar, de imediato, as ligações entre causa e efeito, motivo e ato poder-se-ia denominar, certamente, de estupidez.  O empresário colombiano Carlos Amastha, prefeito de Palmas há pouco  mais de três meses, parece ainda não ter-se apercebido do que representa, daí manter-se na representação intuitiva, conduzido pelas impressões do momento, que, se deu certo na campanha, é bem provável não surta os mesmos resultados na vigência da razão prática cujo desdobramento lógico e  imediato é a submersão dos conceitos abstratos.

Vejam o que escreveu, hoje, no twitter,  o Prefeito de uma Capital (a última cidade planejada do século XX) – de 238 mil habitantes - de um Estado criado pela Constituinte de uma República (imagina, uma Constituínte!!! Pouca gente tem noção exata desta dimensão), depois de uma luta que atravessou séculos!!! Um prefeito de histórico conhecido no Tocantins, Santa Catarina e Paraná.


Percebam a gravidade disso:"carlosfrancoamastha?@amastha18h@miranda50sonia
 Vamos deixar??Quem e você para deixar ou não o povo decidir.O Tiago chegou bem antes que você em Palmas.Discurso idiota.” Só aí, pelo menos, três barbaridades:1) Amastha tenta calar um cidadão; 2) Amastha comete  uma mentira produto do desconhecimento sobre seu opositor e da azia por achar-se detentor da verdade contrariada; e 3) Amastha que ser o dono do discurso do cidadão (que paga as suas benesses públicas) e o trata como idiota por não coincidir com o seu.

Como se nota, o Prefeito, no horário em que deveria estar administrando a cidade, contraditava, na rede social, uma das primeiras  moradoras de Palmas, a jornalista Sônia Miranda (há 24 anos em Palmas), que, democraticamente, comentava o que todo mundo já sabe: o Prefeito trabalha, também democraticamente, para eleger o “Secretário de Relações”, Thiago Andrino, para deputado federal. Nenhuma novidade. Desproporcional e antidemocrática foi,como se nota (e a mim não me surpreende),  a reação do colombiano prefeito ao que escreveu a jornalista que simplesmente anotou: “o povo palmense elegeu um forasteiro e t um na biqueira para ser dp.federal Tiago Andrino...Vamos deixar? (sic)” Imagina, a jornalista apenas indagou, é uma pergunta assertiva, é bem verdade. Mas mesmo que fizesse campanha para que não se eleja o que considera um forasteiro, estaria no seu  direito democrático de expressar, ora bolas. O prefeito, não! Ele representa o pensamento da maioria, mas tem a obrigação de respeitar o pensamento de todos, inclusive da minoria, que não foi pequena assim (a cidade votou dividida). O prefeito é o representante da maioria e da minoria, governa para todos. É para isto que recebe salário e mordomias. O que faz delas é problema seu, lógico.

E porque escrevo isto?Ora, porque a estupidez de Carlos Amastha é transparente. Quando falo de estupidez não vai aí nenhum sentido pejorativo, mas tendo em vista a faculdade de conhecimento particular, é algo que não se alarga para além do formato intuitivo. Como sua psiquê se desenvolve numa relação conflituosa entre o seu ego e o alter-ego, quando a satisfação dos seus impulsos é retardada,ele explode sua alma interior, sua natureza primitiva. Suas reações, assim, terminam por expor a oposição entre o seu ID e a realidade. Daí as pulsões monárquicas e absolutistas que,talvez, não se dê conta,ele próprio, o que representam. Apenas sente a pulsão intuitiva, como na defesa do que, no caso em tela,  numa democracia, não significa um ataque: a simples vontade, como liberdade de expressão, de um cidadão ou eleitor.

Essa mesma estupidez que faz com que o Prefeito veja como natural deixar de celebrar a fundação da cidade que administra para fazer turismo em Las Vegas. Como cidadão, Amastha pode  ir onde quiser e quando quiser sem dar satisfação a ninguém. Como prefeito, não! É obrigado moralmente a defender os símbolos da cidade que se comprometeu administrar. A decisão, ao contrário do que defendem seus asseclas na Câmara, é menosprezo sim, à cidade e sua população. Não por ser Amastha, o turista, mas por ser Amastha, o prefeito. Chega a ser um acinte um vereador subir à tribuna para rasgar que é melhor um prefeito que viaja, mas faz - na mais descarada reinvenção do “rouba, mas faz”, de Paulo Maluf, aliás do mesmo partido do prefeito - uma versão piorada de que os fins justificam os meios e que viabilizou barbaridades no leninismo e no stalinismo. Não, os fins não justificam os meios!!!!

 Amastha é obrigado, sim, a respeitar as leis e o cidadão. Não pode fazer o que der na telha, virar a cidade e as leis de cabeça para baixo com o endosso de seus consortes. Pode até mandar o presidente da Câmara a curtir sol a pino a garotada pisar pé com palha e pé sem palha lá no Taquari no desfile de aniversário da cidade.  Mas estará desrespeitando, não só os eleitores que o elegeram, mas a cidade, sua história e a história do Estado que hoje o abriga. Um colonialismo reinventado por políticos alienígenas que, até aqui, não encontra resistência, como nos nativos em Cabrália. Vamos ver até onde isto se sustenta e até quando os tais formadores de opinião e a "acadimia" se manterão neste silêncio ensurdecedor, com suas vergonhas escondidas.

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