A informação desta semana de que três ex-secretários da Saúde teriam virado réus por desvios de recursos públicos não trará de volta a vida de milhares de pessoas que a perderam nos hospitais públicos pela omissão do Estado e malversação dos recursos do setor.
Adiciona, entretanto, uma nesga de subversão à ordem vigente de aposta na impunidade e que orientaria a aplicação de um bilhão e meio de reais de recursos ao ano. Não de hoje, mas praticamente desde a criação do Tocantins e cujo Hospital Geral de Palmas é prova eloquente e ainda inacabada.
Uma obra durante anos sem conclusão (e assim ainda continua) com muito dinheiro federal indo pelo ralo. Conexão direta com setores da classe política e empresarial que dela se locupletaram para enriquecimento ilícito. Um processo histórico pelo qual, na avaliação do Ministério Público Federal, teria escorrido, só nos últimos dez anos, a indecência de três bilhões de reais.
As obras físicas hoje minguaram. Foram substituídas pelos pregões emergenciais de contratação de produtos e serviços que, somados às fraudes nas verbas indenizatórias e suplementares a profissionais, garantem legalidade e indícios de legitimidade ao círculo vicioso que opera a precariedade do atendimento na rede pública de saúde.
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