Não surpreendem as reações dos bolsonaristas à reportagem do Jornal Nacional (Rede Globo ontem á noite) e os depósitos atípicos encontrados pelo Coaf na conta corrente do senador eleito Flávio Bolsonaro.

Como Lula, Flávio Bolsonaro tem que ser investigado e deveria ele mesmo auxiliar na apuração dos fatos.  Lula amarga o xilindró e a cada dia fica mais longe das ruas. Mas o Bolsonaro quer a prerrogativa de função já derrubada pela orientação do STF.

Ora, 48 depósitos de R$ 2 mil, em espécie, um atrás do outro, numa mesma conta, em fração de segundos ou minutos não dá em outra: tentativa de burlar a Receita Federal para uma suposta origem ilícita da grana.

É crime, sim!! E não é porque filho do presidente eleito que é inimputável. Os mesmos bolsonaristas que pregam investigação no filho de Lula deveriam seguir o princípio e defender apuração da conta do filho de Jair Bolsonaro.

Combinada essa atipicidade com as outras inconsistências na conta do seu assessor (o tal de Queiroz tem-se aí uma práxis.

Outros deputados o fizeram e ainda o fazem, como é bem prova uma investigação em curso na Assembléia Legislativa do Tocantins. Mas isto não elimina o ato criminoso.

Pelo contrário: se ainda fazem uso do expediente de apropriar-se de parte dos salários dos servidores (a suposta determinante da movimentação atípica) é porque acreditam na impunidade já que não tem dúvidas da ilegalidade do ato.

Os bolsonaristas fazem nas redes, entretanto, o oposto: não conseguindo refutar as informações e documentos que calçaram a reportagem, voltam suas baterias contra a Globo, o meio, como se isto negasse ou combatesse a verdade colocada pela mensagem.

Ou seja: o que nos outros é, pela lei, considerado um vício passível de responsabilização política e criminal, na família Bolsonaro seria uma virtude. Ou mereceriam os Bolsonaros uma espécie de indulgência plenária.

Esse pessoal está parecendo integrante de uma seita. Corre o risco de perder respeito à sua ideologia. A campanha eleitoral passou, Jair Bolsonaro foi eleito  democraticamente (pela maioria dos votos válidos e não da população) com todo o reacionarismo que defende (que está aplicando no comando do país) e a biografia que carrega, mas a turma pede mais.

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Ponto Cartesiano

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